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Há quase duas semanas, os funcionários dos Correios responsáveis pelas entregas de correspondência cruzaram os braços por 24 horas | Marcelo Elias - Gazeta do Povo
Há quase duas semanas, os funcionários dos Correios responsáveis pelas entregas de correspondência cruzaram os braços por 24 horas| Foto: Marcelo Elias - Gazeta do Povo

Nove deputados do Paraná são alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF). São cinco ações penais e sete inquéritos que incluem a suspeita de crimes como fraude financeira, lesão ao patrimônio público e até de seqüestro e cárcere privado. A exemplo do que ocorre com os parlamentares envolvidos no caso do mensalão, por causa do foro privilegiado, todos têm direito a serem julgados no STF.

O levantamento, realizado pelo site Congresso em Foco, revelou também que, até o último dia 29, havia ainda mais 183 inquéritos e ações penais contra 83 deputados e 13 senadores de outros estados. No total, são 195 investigações, uma para cada seis parlamentares. Não foram encontrados suspeitos dos partidos PC do B, PSol, PT do B e PHS e de dois estados, Amapá e Mato Grosso do Sul.

Procurados, sete deputados paranaenses alegam inocência. Dois não foram encontrados – Odílio Balbinotti (PMDB), que, segundo um assessor, está de licença médica, e Abelardo Lupion (DEM).

O deputado federal Giacobo (PR) tem duas ações penais contra ele. Em uma, é acusado de crime contra a administração pública e em outra de crime contra a pessoa, seqüestro e cárcere privado. Giacobo diz estar certo de sua absolvição. "É uma inverdade contra mim. A pessoa que diz ter sido seqüestrada já foi até presa. (A ação) Está na pauta do STF, pronta para ser votada. Já fui falar duas vezes com o ministro Marco Aurélio (relator do processo). Estou certo da minha absolvição."

Nelson Meurer (PP) está tão tranqüilo quanto Giacobo. De acordo com o deputado do PP, o que existe contra ele é um inquérito proposto pelo Ministério Público Federal porque ele doou parte da sua cota de selos a jornais do Sudoeste do estado que divulgam seus projetos e ações como parlamentar. "Isso nem me preocupa. Daqui a uns dias esse inquérito vai ser arquivado. Não há nada ilegal no negócio. Eu tenho essa cota e faço dela o que eu quiser", afirmou o deputado.

Em seu primeiro mandato, o deputado paranaense Alfredo Kaefer (PSDB) viu uma ação contra ele por "gestão fraudulenta de instituição financeira" que tramitava na Justiça comum "migrar" para o Supremo. Kaefer garante não se importar com o fato de que, no STF, a ação possa demorar a ser julgada. "Se depender de mim, ela pode ir até para a primeira instância. Foi uma auditoria do Banco Central em uma financiadora da qual sou acionista. É um procedimento de praxe", justificou.

A assessoria do deputado Ricardo Barros (PP) alega que o inquérito, por sonegação fiscal, está suspenso, graças a um acordo judicial, e será encerrado assim que a empresa de Barros quite a última parcela da dívida. "O Ministério Público Federal deu parecer e o ministro Sepúlveda Pertence despachou ‘pelo sobrestamento do feito, em secretaria, até surgimento de fato novo’, ou seja, enquanto o parcelamento estiver em dia o processo está suspenso e será encerrado quando for paga a última parcela", diz a nota da assessoria do deputado.

Alceni Guerra (DEM) diz ter "raiva" e "orgulho" das suspeitas que pesam sobre ele no STF, impetradas quando ainda era prefeito de Pato Branco, no Sudoeste do estado. "Já fui processado várias vezes por cumprir o meu dever. Nesse caso, denunciei um promotor envolvido no crime organizado e tive essas acusações como resposta. Tenho raiva porque foram motivadas por interesses políticos e orgulho porque agi de acordo com a justiça", afirmou.

A assessoria do deputado Rocha Loures (PMDB) informou que recentemente ele solicitou a dissolução do diretório municipal do PMDB de Campo Magro, tendo em vista a existência de diversos inquéritos que investigam o então presidente do diretório, José Antônio Pase, por supostas condutas ilícitas. Em represália, segundo a assessoria, Pase entrou com uma representação no STF alegando calúnia e difamação.

O deputado Dilceu Sperafico (PP), em seu quarto mandato, rebate as suspeitas de "crime contra patrimônio" alegando não ser sócio da empresa de seus familiares em investigação no inquérito. "Mesmo que a empresa tivesse feito uma irregularidade, eu não sou sócio", insistiu.

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