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Brasília – O paranaense Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, pode ser o próximo assessor do presidente a se afastar do cargo. Carvalho já fez o pedido, mas o presidente ainda não deu resposta. Carvalho teria alegado problemas de saúde (pressão arterial alta) para sair do governo.

Carvalho já havia colocado o cargo à disposição do presidente quando foi envolvido no caso Celso Daniel. Em 2002, o oftalmologista João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado Celso Daniel, acusou Carvalho de participar de um esquema de propina na prefeitura de Santo André.

O nome do chefe de gabinete voltou a ser envolvido em um escândalo político no episódio "dossiegate", a tentativa frustrada de compra, por petistas, de um dossiê contra políticos tucanos. Carvalho admitiu ter trocado telefonenas com Jorge Lorenzetti – acusado de ser um dos mentores do dossiê.

Na segunda-feira, o ex-ministro Luiz Gushiken oficializou sua saída da chefia do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência. Ele foi um dos ministros mais poderosos do primeiro mandato do presidente Lula.

Gilberto Carvalho deverá deixar a chefia de gabinete, mas não deve sair do governo. Carvalho é o auxiliar da velha guarda que mais intimidade tem com Lula atualmente. Ex-seminarista, ele poderá ser deslocado para um ministério ou uma secretaria ligada à área social.

"Eu fiz o que tinha de fazer: terminada a eleição, pus o meu cargo à disposição do presidente. Cheguei para ele e disse que, vencidos os quatro anos de governo, era hora de dar uma boa renovada na equipe, porque agüentar oito anos as mesmas caras não é fácil", afirmou Carvalho. Lula sorriu e disse que iria pensar.

Ministério

Apesar de se definir como "vocacionado" para a área social, Carvalho declarou que não deve ser ministro de nada. "Ministério para mim, só se for o da Eucaristia", brincou o ex-seminarista, amigo de Lula há quase três décadas. Ex-secretário-geral do PT, o chefe de gabinete garantiu que não assumirá o comando do partido. "Nem sou mais do diretório nacional", comentou.

O gaúcho César Alvarez é, até agora, o mais cotado para substituir Carvalho, que cuida da agenda de Lula. Alvarez já desempenha a função de assessor especial e, na campanha eleitoral, ficou responsável por marcar os compromissos do presidente.

"É um trabalho honroso, mas muito estafante e não tenho apego ao cargo", resumiu Carvalho, que hoje ocupa uma sala no terceiro andar do Palácio do Planalto, ao lado do gabinete de Lula. O petista negou que seu possível remanejamento tenha ligação com o dossiê Vedoin ou com a intenção de formar um "cordão sanitário" em torno do Planalto para proteger Lula no segundo mandato. "Não tem nada disso", garantiu.

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