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A paranaense Santina Pelentir, que vive em Taiwan, quer voltar ao Brasil com a filha de seis anos | Arquivo pessoal
A paranaense Santina Pelentir, que vive em Taiwan, quer voltar ao Brasil com a filha de seis anos| Foto: Arquivo pessoal

Violência contra a mulher

O caso de Santina se assemelha com o da paranaense de Matinhos, no Litoral do Estado, Nariman Osman Chiah, que retornou ao Brasil após tentar fugir do Líbano algumas vezes no ano passado. Nariman tentava fugir do Líbano desde que começou a sofrer agressões do marido, o libanês Ahmed Holeihel.

Nariman chamou a atenção das autoridades no dia 21 de julho de 2008, quando foi barrada no aeroporto de Beirute ao tentar retornar ao Brasil com o filho.

A paranaense Santina Pelentir, de 37 anos, que vive em Taiwan, na Ásia, passa por um drama pessoal para retornar ao Brasil e voltar à família de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Há cerca de dois anos, Santina começou a sofrer agressões do marido chinês Lu Shih Lun, e desde então tenta retornar à sua cidade natal. Na quarta-feira (1°), Santina, que teve duas crianças com o ex-marido e está separada há um ano, foi informada pelo Ministério das Relações Exteriores de que poderá voltar ao Brasil em breve, porém sem data definida e com apenas a filha caçula.

Em entrevista à reportagem da Gazeta do Povo direto de Taiwan, nesta sexta-feira (3), Santina disse que quer voltar logo. "A embaixada do Brasil em Taipei informou que semana que vem eu posso embarcar, pois ainda falta o dinheiro das passagens", afirmou a paranaense. Sobre o filho que vai deixar em território taiwanês, Santina disse que a criança ficará bem, pois "Tawain tem boas escolas".

Pelas leis taiwanês, depois de uma separação, o homem fica com o imóvel, assim como pode ter um filho. O menino Braian, de dez anos, vive com o pai, e segundo Ana Pelentir Madeira, a mãe de Santina, o ex-marido não permite visitas da filha ao neto. Ana contou que, após o divórcio, a filha teve que sair de casa com a neta, Ana Jéssica.

Sobre as agressões, Santina disse que procurou seus direitos em Taiwan. "Apesar de não existir uma delegacia da mulher aqui, todos os que procurei estiveram ao meu lado". Santina afirmou que ter ido até a delegacia e prestar queixas contra o ex-marido ajudou muito no processo de divórcio. "Aqui, as mulheres não são muito respeitadas. Mas como eu sou ocidental, as medidas tomadas tiveram efeito".

Assim que retornar ao Brasil, Santina disse que quer descansar. "Quero me recuperar. Minha saúde está ruim e preciso melhorar para voltar ao trabalho", afirmou. "Minha filha, de seis anos, tem um português muito ruim, ela vai ter que aprender a se adaptar. Ela não conhece ninguém da família", completou.

Quando estiver no Brasil, a família de Santina acredita que ela tentará trazer o filho mais velho ao País. Santina deve entrar com um recurso na Justiça junto ao Ministério das Relações Exteriores para ter a guarda de Braian novamente. O ministério informou que esta decisão caberá somente a família, e que ajudará no trâmite entre os dois países.

Hoje, Santina, que trabalhava como faxineira em Taiwan, vive com a filha em uma kitinete. Ana contou que a filha está com a saúde muito debilitada e sem trabalhar. Além disso, o ex-marido a persegue pelas ruas de Taiwan. "Ela ficou com uma úlcera nervosa por causa de tudo o que aconteceu", disse. "A saudade de casa e a impossibilidade de ver o filho a deixaram muito triste".

Os registros de violência começaram em 2006, quando Santina ainda morava com Lun. "Ele não dava comida para ela, não a deixava entrar em casa, e ainda a agredia", disse. Ana contou que o casal já havia morado na Argentina e na Colômbia antes de se mudar para Taiwan e tudo parecia estar bem.

O Ministério das Relações Exteriores informou que a repatriamento de Santina está garantido, porém não há informações de uma data para o retorno. O ministério vai pagar as passagens de Taiwan até São Paulo, mas a família também pede por passagens de avião até Foz do Iguaçu. O tio de Santina, Cirineu Madeira, afirmou que a sobrinha não pode passar longas horas dentro de um ônibus, por causa da saúde debilitada em que se encontra.

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