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Policiais atrás de escudo: mortes causadas pelo aparato policial põem o Paraná entre os piores do país. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Policiais atrás de escudo: mortes causadas pelo aparato policial põem o Paraná entre os piores do país.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O Paraná recebeu um sinal de alerta vermelho sobre a situação dos homicídios dolosos (com intenção de matar) no estado. A pesquisa “Diagnóstico dos Homicídios do Brasil: Subsídio para o pacto nacional pela redução dos homicídios”, do Ministério da Justiça, divulgada na quinta-feira (15), considerou como ruim a situação do Paraná em relação a três itens: conflitos entre a população e a polícia, assassinatos envolvendo o tráfico e estrutura deficiente de acesso da população a políticas públicas. Esses três aspectos são chamados pelo estudo de “macrocausas” dos assassinatos. Além deles, há outras quatro.

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Quando a “macrocausa” analisada é apenas a disponibilidade de serviços públicos para a população – estrutura de segurança, saúde, cultura e lazer, e assistência social –, a pesquisa coloca o Paraná ao lado de estados como Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão e Bahia. No caso das mortes em confronto com a polícia ou de conflitos entre população e policiais, o estado está no mesmo grupo de Pará, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

O estudo ainda menciona que o Paraná é um dos estados que não têm um novo planejamento de segurança pública em andamento. Apesar disso, destaca que há um programa atual, o Paraná Seguro.

A secretária nacional da Segurança Pública do ministério, Regina Miki, disse que a divulgação do diagnóstico não pretende criar rankings ou expor os estados. O objetivo, segundo ela, é mostrar uma análise que servirá de base para o pacto nacional pela redução dos homicídios.

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Mulheres e idosos

As taxas de homicídios de mulheres e idosos permitem observar quais cidades têm a maior possibilidade de homicídios provocados por violência doméstica (veja o texto abaixo). Em relação aos homicídios de mulheres, as taxas por 100 mil habitantes são parecidas entre todos os municípios pesquisados. Curitiba tem a terceira maior. A lista inclui Alvorada (6,90), São Leopoldo (5,38), Curitiba (5,05), Porto Alegre (4,21), Florianópolis (3,57) e Canoas (3,54).

Já em relação às taxas de homicídios de idosos, a capital do estado tem o menor índice, 3,48. A cidade com índice mais alto no Sul do país é Alvorada, no Rio Grande do Sul, com 16,9. A pesquisa destaca ainda a informação, já conhecida, de que os jovens são o principal grupo de vítimas de assassinatos.

Abandono escolar

A pesquisa aponta ainda que a taxa de abandono escolar no ensino médio no Paraná é de 6,8% dos matriculados. O dado é preocupante. Segundo Regina Miki, 1% de evasão escolar representa 7% de chances da pessoa se tornar vítima ou autora de um homicídio. Os dados foram baseados no Censo Escolar 2014, do Ministério da Educação.

Para o governo do estado, diagnóstico precisa levar em conta “conjuntura maior”

A Secretaria da Segurança Pública do Paraná informou, em nota, que tem como prioridade o combate ao narcotráfico e o desmantelamento de grandes quadrilhas em todo o estado. Em relação a mortes decorrentes de confrontos com policiais, a pasta diz que é preciso analisar os números dentro de uma conjuntura maior, cruzando os dados com outros índices, como a quantidade de drogas apreendidas e de armas de fogo retiradas da mão de criminosos.

A secretaria alega que tem aprimorado os métodos de investigação, principalmente com o uso da tecnologia para fiscalização e análise criminal baseada nas localidades com maior incidência criminal. “Com base na análise criminal, as forças policiais desencadearam diversas operações no combate ao crime”, informa.

A secretaria ressalta ainda que, em outra publicação nacional, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foi mostrado que aumentou em 17% o número de autuação das ocorrências de tráfico de droga. “Maior número de ocorrências é sinônimo de maior produtividade policial”, alega a secretaria.

Parcerias

A nota enviada pela secretaria afirma ainda que o Paraná, por sua posição estratégica com países grandes produtores de drogas, “necessita de parcerias e investimentos de vultos que possam contribuir no combate à criminalidade”.

Em relação ao planejamento estratégico, a secretaria afirma que o Programa Paraná Seguro, criado em 2011, é o planejamento que norteia e define as ações da pasta.

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