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Tira-dúvidas

Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :

- Imprima o cartaz com as principais informações sobre a Gripe A

Quem viaja para outros países e brasileiros que moram no exterior têm a impressão que a gripe A (H1N1) tem mais repercussão no Brasil. Levantamento da Paraná Pesquisas, publicado ontem pela Gazeta do Povo, mostrou que a maioria das pessoas em Curitiba acha que sofreria preconceito se fosse contaminada com a nova gripe (73,7% das respostas) e considera alto o risco de ser infectada (43,8%). Infectologistas dizem que prevenção é a melhor medida e que não há motivo para pânico, pois a letalidade da doença é semelhante à da gripe comum.

A taxa de mortalidade da gripe A no Brasil, calculada por 100 mil habitantes, é inferior à de outros países. No Brasil houve 56 mortes (taxa de 0,02). A taxa nos Estados Unidos, que registra 302 mortes, é quase cinco vezes maior do que a do Brasil (0,09). Por lá, não houve alarde, de acordo com a engenheira da computação Natasha Fortes, 26 anos, que mora na região metropolitana de Seattle. Ela conta que quando surgiram os primeiros casos, em abril, as escolas só suspendiam as aulas se havia casos suspeitos da nova gripe. "Curitiba suspendeu as aulas de modo geral. Aqui, só suspendia quando tinha criança com suspeita na escola", afirma. No Paraná, cerca de 2 milhões de alunos tiveram as férias estendidas.

No site do governo da região de Seattle, a determinação era que as escolas só deveriam ser fechadas se um grande número de estudantes ficasse doente. O encerramento das atividades aconteceu nas escolas afetadas como precaução para diminuir a propagação do vírus, enquanto se buscava mais informação sobre as características e a severidade da nova doença.

"O fechamento de escolas cria perturbação para o aprendizado dos estudantes e dificuldades para os orçamentos familiares, particularmente nesses tempos de dificuldade econômica", aponta um documento no site governamental. A estratégia norte-americana recomenda fechamento de todas as escolas e creches durante severos surtos e em combinação com outras medidas restritivas.

Segundo Natasha, assim que um caso era confirmado, as autoridades de saúde entravam em contato com pessoas próximas ao doente para investigar se houve contaminação. A engenheira, que estava grávida na época, evitava sair de casa e ficou mais atenta às medidas de higiene. Hoje, com o bebê no colo, ela conta que, devido à chegada do verão, a situação está se normalizando. No entanto, são esperados mais casos da doença durante os meses mais frios do outono.

Calor

Com o calor do México, as notícias que a empresária Graciela Hilgenstieler está recebendo dos parentes que moram no Norte do país também melhoraram - apesar de elas nunca terem sido de pânico. O país registra 142 mortes desde março. "Lá, a população não estava alarmada quanto está aqui. Eles evitavam lugares fechados, ir para balada, festas e cinemas", diz. "Aqui está uma paranoia. Qualquer pessoa que tem resfriado não significa que tem essa gripe."

No início de maio, o engenheiro Roberto Luiz Blauth, que mora no México, percebeu como os brasileiros estavam mais preocupados, durante uma passagem por Curitiba. Na cidade onde ele mora, todas as atividades tinham sido paralisadas por cinco dias, inclusive o maior evento turístico da cidade. Mesmo assim, ele apontava que os brasileiros estavam mais receosos. Na época, o Brasil tinha seis casos confirmados – atualmente são 1.958 registros.

Europa

No Reino Unido, onde há 30 mortes, a primeira orientação é não procurar um hospital, mas telefonar para um número de atendimento. Um médico atende o paciente e fornece uma medicação conforme a descrição dos sintomas, conta a estudante de Medicina Karen Rosati, que viajou recentemente à Europa. Segundo ela, na França, onde há 628 casos e nenhuma morte por causa da gripe A, a doença é encarada pela população como uma gripe normal, em que só irão se agravar pacientes com doenças anteriores. "Lá fora, o pessoal está tranquilo. Não tem pânico." Na Espanha, com 1.538 casos e seis mortes, a percepção é a mesma.

O presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem do Paraná (Abav-PR), Antônio Azevedo, esteve no mês passado em Portugal e conta que a situação era de normalidade, inclusive nos aeroportos internacionais. Em Portugal há 248 casos confirmados e nenhuma morte.

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