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Assassinatos no Paraná

Parceria vira arma contra o crime

Em continuidade à série sobre homicídios, a Gazeta do Povo mostra como regiões violentas do estado conseguiram diminuir esse tipo de crime em 2008. Destaque para Guarapuava, que reduziu em quase 50% os assassinatos

Tranquilidade nas ruas de Guarapuava: parceria entre a polícia e os moradores foi crucial para a queda dos assassinatos em 2008 | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Tranquilidade nas ruas de Guarapuava: parceria entre a polícia e os moradores foi crucial para a queda dos assassinatos em 2008 (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

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Veja as áreas do Paraná que registraram queda no número de homicídios dolosos no ano passado |

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Veja as áreas do Paraná que registraram queda no número de homicídios dolosos no ano passado

Guarapuava - Com 368.879 habitantes, a região de Guarapuava é a prova de que o estreitamento das relações entre a polícia e a comunidade é um santo remédio no combate ao crime. A área que integra os 14 municípios localizados na Região Central do estado – a maioria com menos de 10 mil moradores – registrou a maior redução no número de homicídios dolosos (com intenção de matar) do Paraná no ano passado: 48,61%. Foram 37 assassinatos contra os 72 de 2007, segundo o Mapa do Crime da Secretaria de Estado da Segurança Pública (veja infográfico).

A consolidação do policiamento comunitário, as visitas do Conselho de Segurança aos bairros e a resolução de crimes pela Polícia Civil são apontadas pelas autoridades locais de segurança como responsáveis pela queda. Apesar disso, a alta incidência de roubo e o tráfico de drogas ainda tiram o sossego da população.

Segundo o tenente Fábio Antônio Matucheski Zarpelon, da Comunicação Social do 16º Batalhão de Polícia Militar de Guarapuava, a implantação do projeto Povo na região colaborou para o aumento das denúncias da população. "Ela se sente mais próxima e segura para denunciar e é justamente isso que queremos, uma população parceira", afirma. Zarpelon lembra que o policiamento ostensivo, por meio de operações de arrastão, também ajudou a reduzir as estatísticas de homicídios na região.

O presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Guarapuava, Valcenor Leopoldo Fleck, confirma que a população tem interagido com a polícia nas reuniões semanais feitas nas associações de moradores. "Nós também orientamos a população a tomar certos cuidados para evitar a ação de bandidos e para os comerciantes não venderem bebida alcoólica para menores", relata.

A delegada-chefe da 14ª Subdivisão Policial de Guarapuava, Maritza Maira Haisi, acrescenta que os homicídios caíram em decorrência da alta taxa de resolução de casos e das operações de combate aos crimes contra o patrimônio e ao tráfico de drogas. "As pessoas veem que os crimes são solucionados e os autores são presos. Isso diminuiu a sensação de impunidade."

Fleck diz que a ação de traficantes ainda preocupa. "O Paraná é a rota de entrada de drogas no país através do Paraguai e a cidade de Guarapuava, que tem muitas linhas de ônibus e está a cerca de 400 quilômetros da fronteira, acaba sendo passagem de muitos traficantes. Uma parte dessa droga fica na região", diz.

Roubos

Em municípios menores da região, como Santa Maria do Oeste, o que atormenta os moradores são os roubos frequentes. O comerciante José Edílson Gleden conta que a saída tem sido contratar vigilantes com o apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município. "Temos somente dois policiais militares que atendem a cidade e ficamos assustados com a quantidade de roubos. Por isso temos que apelar à segurança privada."

A densidade demográfica parece ser um inibidor da violência. O menor município da região de Guarapuava, Campina do Simão, com 4.180 moradores, é o retrato da comunidade pacata. "Sou nascido e criado em Campina e tenho 40 anos. Dá para dizer que a cidade é muito tranquila. O último assassinato que teve foi por causa de embriaguez", lembra o servidor público Vilso Fogaça.

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