Parentes de presos da Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP I), na região metropolitana de Curitiba, denunciam o uso de violência desnecessária em processo de revista de celas ocorrido na semana passada. Nesta terça-feira (3), três advogados, uma mãe e 12 esposas de detentos foram à Vara de Execuções Penais pedir providências. A direção da penitenciária reconhece que policiais jogaram uma bomba de efeito moral nos presos e que seis ficaram feridos, mas diz que foi um "mal necessário".
O caso aconteceu na última terça (26). Policiais militares foram chamados para fazer uma varreduras nas celas em busca de drogas, celulares e outros artigos irregulares. Os presos foram tirados das celas e colocados em um pátio debaixo de chuva, segundo a advogada Simone Miketen.
Nessa hora, os policiais jogaram uma bomba de efeito moral para conter suposta rebelião. Seis detentos ficaram feridos e um deles continua em observação no Complexo Médico Penal até agora.
"De efeito moral a bomba não tinha nada. Teve estilhaços e um deles [presos] tá com ferimentos muito graves. Não teria necessidade dessa violência", defende a advogada. De acordo com ela, o grupo deve entrar com ações e pedir providências porque "estão todos muito revoltados". Eles querem imagens das câmeras de segurança da penitenciária para poder identificar os policiais que agiram com truculência.
Já o diretor da penitenciária, Arnoldo Edson Paes, diz que o uso de bombas de efeito moral é comum. Segundo ele, foram encontrados alguns celulares e pequenas quantidades de droga na vistoria. "Quando eles estavam no pátio, houve princípio de tumulto e a Polícia Militar estourou bomba para acalmar os ânimos. De fato, seis presos se machucaram", disse, através da assessoria de imprensa da Seju.
A PM foi procurada mas, em virtude do horário, só dará um posicionamento nesta quarta-feira (4). Apesar de a Seju ser a responsável pela penitenciária, a revista de celas costuma ser feita pela PM.
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