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Dezenas de parentes da cidade de Arujá, no interior de São Paulo, se reúnem no Instituto Médico Legal (IML) do Rio em busca de informações de vítimas da chuva em Angra dos Reis. Alguns deles reclamam da burocracia para liberar os corpos das vítimas já identificadas.

Parentes da família Baccin aguardam desde as 3h a liberação dos corpos de Marcio, Cecília e Giovane. Segundo o irmão de Márcio, Anderson Baccin, de 24 anos, o IML exige a carteira de identidade das vítimas, que se perdeu nos escombros da Ilha Grande.

"É uma falta de respeito. Agora, para tentarmos a liberação, tivemos que pedir que um amigo desembarcasse de um cruzeiro, em Salvador, onde eles moravam, para tentar pegar algum documento original lá e pegar um avião pra trazer pra cá", explicou Anderson.

O IML informa que, para que o nome da vítima conste no atestado de óbito, o procedimento padrão do instituto exige documentos originais da vítima e da pessoa que a identifica.

"Isso pode ser demorado. Mas é uma questão que envolve outras coisas como pensões, seguros e precisa ser feito com cuidado", explicou o diretor-geral do IML do Rio de Janeiro, Frank Perlini. No caso da emissão da certidão sem o nome, a família pode, mais tarde, fazer a segunda via do documento em cartório, já em posse dos devidos documentos.

Na manhã deste sábado (2), outros três corpos encontrados na área de deslizamento em Ilha Grande foram entregues ao IML do Rio. Pouco antes da chegada desses corpos, outro corpo, que já estava no IML, havia sido identificado como Ricardo Ferreira da Silva.

Ricardo, que passava o réveillon com um grupo de amigos de Arujá, era namorado de Natália Pacheco, uma das vítimas identificadas no IML de Angra dos Reis. Segundo parentes, os dois estavam de casamento marcado para março.

No Rio, foram identificados ainda Marcio Luiz Baccin, 31 anos, Cecília Secco Baccin, 30, e o filho Giovane Secco Baccin, 3, os três de Arujá. Além deles, também foram identificados Renato de Assis Repetto, 50, Gabriela Ribaski Repetto, 9, Geovana Ribaski Repetto, 12 e Ilza Maria Roland, 50.

Corpos identificados

Vítimas de Arujá

Segundo parentes, dezessete pessoas de Arujá alugaram uma casa na enseada de Bananal, na Ilha Grande. Quatro delas sobreviveram, entre elas Flávio Larini, filho do prefeito do município. Outras quatro pessoas já tiveram seus corpos identificados.

"O pior de tudo é não ter informação. Estamos todos aqui na esperança de eles estarem em algum hospital ou serem resgatados vivos", desabafou Pedro Correa, tio de Emanuelle Rodrigues, 33 anos, uma das desaparecidas, namorada de Flávio.

De acordo com ele, além do filho do prefeito, outras três pessoas foram jogadas no mar. Identificados apenas como Luis Henrique, Gerson e Eni, eles nadaram e conseguiram subir em pedras até serem resgatados por pescadores da região. O prefeito da cidade acompanha os trabalhos de resgate em Angra.

Grávida desistiu de viagem em cima da hora

Filha de Pedro, Sabrina desistiu de passar o réveillon com os amigos em cima da hora. Grávida de 6 meses, ela abandonou os planos da viagem quando soube que não havia hospital em Ilha Grande.

"Já estava tudo pago, ela iria com meu genro e minha neta de 13 anos e acabou sendo uma grande sorte", disse Pedro. Há informações ainda não confirmadas de que outras cinco moradores de Arujá estariam numa casa vizinha.

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