Motoristas e cobradores da empresa São José Filial paralisam parcialmente, nesta terça-feira (10), as atividades em protesto contra o atraso no pagamento do salário de dezembro. O dia começou com protestos de funcionários de duas empresas que atuam no transporte coletivo da capital, mas, pouco antes do meio-dia, a CCD conseguiu chegar a um acordo com seus trabalhadores, que voltaram a operar praticamente todas as linhas mantidas pela empresa. O Setransp - sindicato que representa as empresas de transporte - afirmou que, por volta das 15 horas desta terça, 24 linhas ainda estão inoperantes -- 21 da empresa São José Filial e três da da CCD
Durante quase toda a manhã desta terça-feira, pelo menos 64 linhas operadas pela CCD e São José Filial ficaram com a operação prejudicada. A São José Filial, empresa com maior prejuízo na operação, opera 45 linhas ao todo em bairros das regiões Central, Sul e Leste de Curitiba. O Sindimoc havia informado inicialmente que ela também opera linhas em São José dos Pinhais, mas a Comec afirmou que há a operação no município é realizada pela São José Matriz e que essa operação está ocorrendo normalmente nesta terça-feira.
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Por volta das 14h, após a realização de uma assembleia, os motoristas e cobradores da São José Filial decidiram não aceitar uma proposta de parcelamento do pagamento e mantiveram o protesto por tempo indeterminado. De acordo com o sindicato que representa os motoristas e cobradores de ônibus, uma nova assembleia ainda deverá ser realizada na tarde de hoje.
Segundo o Sindimoc, os trabalhadores da CCD encerram o protesto após uma promessa de que 80% do salário será depositado ainda nesta terça. O restante cairá nas contas já nesta quarta. Entretanto, proposta semelhante (os percentuais não foram divulgados, mas a ideia era que os pagamentos fossem feitos entre hoje e amanhã) da São José Filial não foi aceita pelos trabalhadores.
Ao todo, cerca de 2 mil funcionários das empresas CCD, Tamandaré Filial e São José Filial participaram de reuniões na madrugada e amanheceram mobilizados.
Em nota encaminhada durante a manhã, a Urbs informou que as linhas operadas pelas outras oito empresas que compõem o sistema funcionam normalmente nesta segunda. A nota dizia ainda que o protesto afetava a operação de alimentadores do eixo Boqueirão (entre as ruas Francisco Derosso e Canal Belém) e do Leste (Avenida das Torres até imediações do Detran-PR).
Descompasso gera atrasos
De acordo com o Setransp - sindicato que representa as empresas de transporte -, os pagamentos da Urbs destinados a cobrir os custos da operação estão em dia. A Urbs é quem gerencia o transporte coletivo na capital. Entretanto, a entidade afirmou que a causa do atraso nos salários dessas empresas está no descompasso entre a quantidade de passageiros projetada pela Urbs e a efetivamente realizada.
Desde o início do contrato, a empresa da prefeitura projeta uma quantidade de passageiros menor do que a transportada na prática. É com base nessa projeção que é calculada a tarifa técnica: quanto maior a demanda, menor o valor da tarifa repassada às empresas por passageiro.
A entidade patronal tem chamado a atenção para esse desequilíbrio no cálculo que define a tarifa técnica desde o início do contrato. Foi no ano passado, entretanto, que o Setransp passou a a reclamar desse problema de forma mais veemente. Entre março e dezembro de 2016, por exemplo, a diferença entre o projeto e o realizado foi de 12 milhões de passageiros a menos. As empresas sustentam que isso causou uma perda acumulada de R$ 45 milhões no período.
Em nota, o Setransp informou que as empresas São José Filial, CCD e Tamandaré Filial estão buscando resolver o problema o mais rápido possível e que a paralisação afetava apenas duas dessas empresas: a São José Filial e na CCD. Por volta das 9h30, de acordo com o sindicato, havia 64 linhas inoperantes: 28 da São José Filial e 36 da CCD.
Prefeitura
A nota encaminhada pela Urbs ressalta que a empresa está “rigorosamente em dia” com os repasses do Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC) .
Sobre as críticas do Setransp relacionadas às projeções equivocadas de passageiros, a Ubrs destacou que as empresas do transporte coletivo são remuneradas de acordo com o que determina o contrato, constando riscos contratuais assumidos. Disse também que cobrará providencias do Consórcio Pioneiro do qual as duas empresas fazem parte e que avalia a operação seja normalizada até o fim da tarde.
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