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Brasília – Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já está com a cabeça fervilhando diante da disputa dos partidos pelos 34 ministérios, poderá ter muito mais problemas quando for discutir a divisão dos cargos de segundo escalão. Com autoridade para demitir e indicar pessoas para pelo menos 86 cargos de direção em estatais e bancos públicos, com salários médios de pelo menos R$ 10 mil, Lula decidiu manter alguns nomes, mas sabe que será grande a pressão dos aliados e do PT para ocupar esses cobiçados empregos.

Em alguns casos, as empresas têm orçamento e verba para investimentos de fazer inveja aos ministros. Sem contar os salários – quase sempre o dobro do recebido por um titular de ministério –, as benesses e a possibilidade de permanecer incógnito nas agudas crises políticas, a não ser que acabem se envolvendo em casos de corrupção, como os investigados pela CPI dos Correios na estatal, no Banco do Brasil, na Eletronorte e em Furnas.

O PMDB, por exemplo, parceiro preferencial de Lula para o segundo mandato e alvo da fúria do PT, avisou de que não pretende abrir mão do que tem, inclusive nas estatais, e quer seu espaço ampliado. O líder do partido na Câmara, Wilson Santiago (PB), defende a proporcionalidade na divisão dos cargos, e lembra que o PMDB fez a maior bancada: "O PMDB quer ampliar seu espaço. Ninguém quer tomar nada de ninguém, mas a proporcionalidade tem de ser respeitada."

O PMDB tem sob seu controle cargos e orçamentos robustos. Na binacional Itaipu, domina uma das diretorias. Além disso, tem indicados em praticamente toda diretoria dos Correios. Na Eletronorte e no Banco do Nordeste, peemedebistas também ocupam cargos.

O PT ruge para não perder o que tem ou, se for inevitável, perder o mínimo. Nas estatais, tem representação em quase todas. Começa pela presidência da Petrobrás, com José Sérgio Gabrielli, nome certo para continuar no cargo. Também são filiados ao PT, por exemplo, Jorge Samek, diretor-presidente da Itaipu; o presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith; e a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho. Além de algumas das vice-presidências da CEF e do Banco do Brasil, diretoria na Eletronorte, presidência do Sebrae e do Sesi, e diretorias na Petrobrás.

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