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Recife - José Ricardo de Medeiros, pernambucano, 28 anos, auxiliar de serralheiro, evangélico, casado, dois filhos pequenos, residente em uma casa simples de dois cômodos no bairro pobre de Jardim Jordão, na periferia do município metropolitano de Jaboatão dos Guararapes, sobreviveu à tragédia da Gol por um erro de digitação.

Seu sobrenome foi trocado por Silva, por falha da funcionária que vendeu a passagem à empresa Projeto Esquadrias Ltda., para a qual ele trabalha.

O erro provocou atraso no seu atendimento e ele perdeu o vôo 1907 realizado pelo Boeing 737-800 que pouco depois desapareceria no Mato Grosso.

"Deus me protegeu", disse ele, ao segurar e beijar a Bíblia que sempre carrega consigo, ao contar a história para o seu chefe, José Roberto Ramos, que o visitou em casa, na tarde de ontem.

De acordo com José Roberto, depois de corrigido o engano com a passagem, a Gol tentou embarcar José Ricardo e chegou a levá-lo até à pista, mas o avião já estava taxiando. "A Gol errou e salvou o meu funcionário", disse ele, anunciando a promoção de José Ricardo para serralheiro. Com salário em torno de R$ 600,00 a promoção também implicará aumento salarial.

José Ricardo, que faria conexão para o Recife em Brasília, embarcou em outro vôo, na madrugada. Com muito medo, segundo sua mulher Janaína, de 23 anos. "Ele ficou traumatizado, se tiver que viajar a trabalho só de navio ou de ônibus", disse ela.

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