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Recife - Pelo menos três vítimas do acidente com o Airbus da Air France morreram de politraumatismo. São uma mulher e dois homens, todos brasileiros, que tiveram lesões traumáticas provocadas por forte impacto. A informação foi dada ontem pelo médico José Calvo, chefe da equipe da empresa paulista Atendimento Especial ao Esquife (Aespe), contratada por uma seguradora da Air France para o embalsamamento dos corpos. O trabalho está sendo realizado no Cemitério e Funerária Morada da Paz, no município metropolitano de Paulista, no litoral de Pernambuco.

"As lesões compatíveis com a causa da morte foram muito bem documentadas, radiografadas, com técnica considerada adequada, e consta de laudo necroscópico, certidão de óbito e atestado de óbito", afirmou o médico, com base no trabalho dos legistas da Polícia Federal e polícias civis de Pernambuco e Paraíba, que integram a força-tarefa responsável pelas necropsias no Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife. A força-tarefa só se pronunciará sobre as causas dos óbitos ao término das necropsias nos 50 corpos resgatados, o que pode ocorrer até o fim do mês.

Calvo destacou, em entrevista, que não se pode deduzir o que ocasionou o acidente a partir da causa da morte das três vítimas. Elas integram os primeiros 11 corpos identificados pela força-tarefa.

Os corpos são encaminhados ao Morada da Paz quando liberados do IML, mediante assinatura de atestado de óbito por familiares ou seus representantes legais. Até o fim da tarde de ontem, nenhum outro dos corpos identificados havia chegado para embalsamamento.

Parentes de uma das vítimas estiveram ontem no Cemitério Morada da Paz. Um deles, da área médica, quis ver o corpo, mesmo tendo conhecimento do seu estado. Ele se mostrou visivelmente abatido depois de feita sua vontade. Até à tarde, três corpos se submetiam ao processo. Eles chegaram ontem do IML O ritmo lento se deve ao alto grau de decomposição, de acordo com José Calvo. Quanto mais avançado, mais complexo.

O 50º corpo recolhido na área de buscas, a cerca de 1.450 quilômetros do Recife, chegou ontem ao Porto do Recife, a bordo do navio-tanque Almirante Gastão Motta, da marinha brasileira. O corpo, resgatado pela Corveta Caboclo no dia 16, foi imediatamente levado ao IML, onde já estavam os outros 49.

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