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Curitiba – A paciência de quem está tentando viajar de avião neste Natal está passando por um verdadeiro teste de resistência. Com a crise aérea e o movimento ainda maior nos aeroportos por conta das festas de fim de ano, tem gente fazendo de tudo para agüentar as intermináveis horas de espera antes do embarque. Durante o dia de ontem, cinco dos 21 vôos programados para sair de Curitiba atrasaram em pelo menos uma hora e um chegou a ser cancelado.

Enquanto o aviso de "última chamada" não vem, os passageiros têm buscado outras atividades além das tradicionais leituras e dos inseparáveis aparelhinhos de mp3. O advogado Fabrício Verdolin e a esposa, Cíntia Assis, tiveram o vôo atrasado em cinco horas e aproveitaram para fazer compras. "Andamos todo o aeroporto já, entramos em todas as lojas, ele até comprou uma carteira", conta Cíntia.

Crianças

Para as crianças, a espera se torna ainda mais complicada. A instrumentadora cirúrgica Morgana Lucas acompanhava as duas filhas, de 6 e 9 anos, que iam para Porto Alegre passar o Natal com o pai. "O vôo já está atrasado em uma hora, as meninas estão impacientes. Já passeamos, olhamos as lojas, tomamos sorvete", conta.

No entanto, nem todos resistem à espera. O médico Luiz Gustavo Borges e a esposa, Lorenza Borges, esperaram quase três horas pelo embarque rumo a Belo Horizonte onde pretendiam passar o Natal com a família. Com os dois filhos pequenos, uma menina de 1 ano e 6 meses e um garoto de 10, o casal acabou desistindo da viagem. "Com as crianças não tem condições de esperar tanto tempo. Ainda mais que em São Paulo a situação está pior. Vamos pedir o reembolso das passagens", conta Luiz.

Serviços

Enquanto o embarque não sai, a opção de muita gente acaba sendo comer alguma coisa. De acordo com o gerente de uma das lanchonetes do aeroporto, Mário César Sacachiwsky, a procura por lanches e refeições cresceu em 40% desde o início da crise. Segundo ele, os clientes têm aparecido mesmo fora dos horários de refeição. "Geralmente o final de ano é mais fraco, para nós agora está sendo ótimo", conta.

Há ainda quem aproveite o tempo ocioso para cuidar da beleza ou tentar relaxar. Por R$ 25,00 é possível descansar durante duas horas no espaço de repouso. Quem preferir pode ainda tomar um banho por R$ 20,00. Segundo a recepcionista Otávia Albino, a procura pelas camas dobrou com os atrasos. "Em geral atendíamos 10 clientes por dia, hoje temos cerca de 20 e algumas vezes temos que dispensar pessoas porque todas seis as camas estão ocupadas", conta.

No salão de beleza, o movimento também cresceu. De acordo com a cabelereira Vera Miehe, o número de clientes atendidos diariamente aumentou de 30 para cerca de 50. "As mulheres vem fazer as unhas, o cabelo. É um jeito de não pensar nos atrasos. A massagem também é bastante procurada para diminuir o estresse", conta.

Por fim, quando as opções de distração no aeroporto se esgotam, alguns passageiros acabam recorrendo aos hotéis da região. O hotel Ibis, que fica próximo ao Afonso Pena, chegou a ocupar em um único dia 30 apartamentos com clientes que queriam apenas tomar um banho ou passar algumas horas no quarto. "Para a gente está sendo bom, mas preferíamos receber os hóspedes em uma situação menos desagradável", conta a recepcionista Juliana Souza.

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