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O "quase-acidente" com o vôo 1851 da Gol, noticiado ontem pela Gazeta do Povo, chamou a atenção de dois passageiros de outro vôo da mesma companhia aérea, o 1850, que no último sábado também enfrentou um contratempo quando iria aterrissar no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

O avião do vôo 1850, vindo do Rio de Janeiro para o Afonso Pena, estava para pousar quando o piloto suspendeu a aterrissagem. "O piloto falou no alto-falante: ‘A gente arremeteu porque tinha outro avião na pista’", conta o passageiro da poltrona 18-C, que pediu para não ser identificado.

O geólogo Flávio Roberto Burda de Oliveira estava naquele vôo e disse estranhar a notícia com o vôo 1851, por também ter enfrentado essa situação atípica por volta de meio-dia de sábado. "Foi tudo tranqüilo. Eu não acredito que o controle de vôo não tenha avisado antes que tinha outro avião na pista. Não teve pânico, mas a gente lembra do que aconteceu", conta Oliveira, que perdeu um colega entre as 154 vítimas no acidente com o Boeing da Gol, há onze dias, no Mato Grosso. Autoridades e a empresa foram procurados, mas não deram nenhum posicionamento oficial sobre o caso do vôo 1850.

Já o vôo 1851 decolou de Foz do Iguaçu com destino ao Afonso Pena. Passageiros relatam que após o comandante do avião noticiar o início do procedimento de pouso, por volta das 15h30 de sábado, um movimento classificado como "brusco" foi feito para desviar de uma aeronave menor. "O comandante pediu desculpas e contou que foi obrigado a fazer aquele movimento porque um avião que tinha decolado do Aeroporto do Bacacheri estaria na mesma rota", relata o empresário Jean Lebois.

A manobra inesperada acabou assustando os passageiros. A Gol afirma, em nota, que o vôo 1851 foi instruído pela torre de comando do Afonso Pena a abandonar a aproximação e entrar novamente na fila de pouso, por causa do avião que decolava do Aeroporto do Bacacheri.

Também em nota, a Aeronáutica explica que o avião da Gol do vôo 1851 fez "um desvio controlado e amparado pelo controle de vôo e por equipamentos de segurança da própria aeronave". O Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II) abriu investigação para apurar o incidente. "Vamos verificar o que ocorreu realmente. Vamos pegar todas as fitas, todo o material da hora daquele vôo", explicou o comandante do Cindacta II, coronel aviador Ayrton Schultz.

A Aeronáutica afirma ainda que "no momento do desvio, as duas aeronaves estavam a uma distância segura, a mais de cinco quilômetros uma da outra, não tendo existido nenhum tipo de risco para pilotos e passageiros". "Temos uma bolha de segurança de 10 quilômetros, se a aeronave invadiu essa bolha já será considerado um incidente de tráfego aéreo", afirma Schultz.

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