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Além de ser o paraíso de compras para milhares de brasileiros, Ciudad del Este também está se transformando em alternativa de transporte coletivo para muitos passageiros de Foz do Iguaçu. No guichê da Pluma Internacional, no Paraguai, uma passagem para a linha Foz-São Paulo custa R$ 42 a menos do que a vendida no lado brasileiro da fronteira. O mesmo ocorre com outros destinos bastante procurados, como Curitiba, Florianópolis (SC) e Balneário Camboriú (SC), cobertos pela empresa Catarinense.

A tarifa paraguaia para a linha Ciudad del Este-Curitiba, que custa 130 mil guaranis (equivalente a R$ 49,80), é 42% mais barata do que a praticada em Foz (R$ 84,74). Para Florianópolis, a diferença é de R$ 36 e, para Camboriú, R$ 32. Nestes casos, o passageiro precisa embarcar em Ciudad del Este (a distância entre as rodoviárias do lado paraguaio e brasileiro é de cerca de 20 quilômetros).

"No Paraguai é o governo que fixa o preço das passagens", explica o funcionário da empresa Pluma Internacional, Blas Zabaini. Lá, as tarifas ficam congeladas por um ano. Outro razão que explica a diferença são os impostos cobrados no Brasil, diz ele.

"As tarifas [paraguaias] são definidas pelos dois países, em comum acordo, com apenas um reajuste anual. E a nossa valorização é muito grande frente à moeda paraguaia", afirma Moacir Zanela, gerente da filial de Foz do Iguaçu da Catarinense. A diferença de preço, no entanto, deve diminuir em maio, quando está previsto novo reajuste no Paraguai.

Segundo Zabaini, antes do início do verão, metade da sua clientela era formada por brasileiros. "Para economizar, eles já compram a passagem de volta." No período de férias, a freguesia maior é de paraguaios em busca das praias brasileiras.

Iguais

A qualidade do serviço entre as duas empresas é bem parecida. Além disso, as linhas paraguaias também observam as normas de transporte vigentes no Brasil. "É praticamente o mesmo tipo de ônibus", garantem em coro as iguaçuenses Márcia Venialgo, Vanessa Schitkoski e Tatiane Herdiger, que cruzaram a Ponte da Amizade pela segunda vez na sexta-feira em busca de passagens mais baratas. Recém-formadas em Administração de Empresas, elas se preparam para participar de um concurso público em Florianópolis. "Economizamos R$ 30 em cada passagem", conta Márcia. Na verdade, a economia total do grupo foi de R$ 218,22, considerando o custo da passagem de volta.

Apesar da economia, há inconvenientes em se embarcar no país vizinho. O primeiro deles é a necessidade de cruzar a congestionada Ponte da Amizade. A segunda é o custo do deslocamento (quem precisa pegar táxi tem de desembolsar aproximadamente R$ 35). E, a cada vez que o ônibus cruza a fronteira, o estrangeiro tem de fazer o trâmite aduaneiro e solicitar visto de saída e entrada no Paraguai. "Acredito que seja por causa desses entraves que não estamos registrando fuga em massa de passageiros no Brasil", diz Zanela.

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