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São Paulo – Teólogos da libertação e movimentos populares da Pastoral da Igreja estão se organizando para acompanhar de perto a 5.ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe. A reunião será inaugurada pelo Papa Bento XVI, em Aparecida (SP), em 13 de maio e se estenderá até o dia 31, com a participação de 300 bispos, religiosos e assessores. As manifestações paralelas aos debates oficiais visam garantir a aprovação de resoluções que dêem continuidade às conferências anteriores, particularmente às de Medellín e de Puebla, que consagraram a opção preferencial pelos pobres.

"Não faremos uma discussão marginal e clandestina, pois nossa intenção é entrar no clima de Aparecida e contribuir com nossas reflexões sobre os desafios que a Igreja e o cristianismo enfrentam no continente", disse Carlos Signorelli, presidente do Conselho Nacional do Laicato, que patrocina o Seminário Latino-Americano de Teologia, cujo tema será América Latina, Cristianismo e Igreja no século 21.

Entre os conferencistas destacam-se o peruano Gustavo Gutiérrez e o chileno Pablo Richard, dois dos principais teóricos da Teologia da Libertação. O espanhol Jon Sobrino, jesuíta radicado em El Salvador censurado em março pelo Vaticano não virá para o encontro, mas contribuiu com outros teólogos e sociólogos para a redação do documento Sinais de Esperança – reflexões em torno dos temas da Conferência de Aparecida. O texto, contundente, parte de uma análise sobre os desafios da região e cobra do episcopado a manutenção do espírito de Medellín e Puebla.

Seminário

O Seminário de Teologia será de 18 a 20 de maio em Pindamonhangaba, cidade a 20 km de Aparecida. "Não teremos acesso ao plenário da reunião dos bispos, mas esperamos que alguns deles acompanhem nossos debates e sejam porta-vozes de nossas sugestões", informou Signorelli.

Paralelamente, na noite do dia 19, uma romaria organizada pelo Fórum de Participação na 5.ª Conferência sairá de Roseira para o Santuário de Aparecida. Os coordenadores esperam reunir 30 mil militantes das pastorais sociais. Eles percorrerão a pé, com velas e tochas acesas, os 10 km de uma rodovia paralela à Via Dutra, fazendo cinco paradas para refletir sobre cada uma das conferências latino-americanas – Rio (1955), Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007).

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