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O serviço de inteligência das polícias Federal, Civil e Militar vem coletando, nos últimos dois meses, várias informações sobre a articulação de ações no Paraná do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que promoveu duas ondas de atentados em São Paulo desde maio. Segundo a Polícia Federal (PF), até o momento nenhuma ação efetiva do PCC ocorreu no estado. Mas dezenas de prisões já foram realizadas.

A PF informa que, desde maio, a investigação foi dividida em dois grupos. A Polícia Federal ficou com a parte de inteligência e centraliza as informações existentes no país. E a Polícia Civil faz a investigação específica no estado – "in loco".

A Secretaria Estadual de Segurança (Sesp) não se manifesta sobre o assunto, mas as últimas operações do Cope, grupo de elite da Polícia Civil, indicam que os policiais paranaenses estão com a mira voltada para o crime organizado.

O Cope prendeu no mês passado, em Fazenda Rio Grande, na Grande Curitiba, dois importantes homens do PCC. Marcos Roberto Pereira, o "Peruca", e Jaílton Ferreira dos Santos, o "Tim", estavam foragidos da Justiça de São Paulo e são acusados de liderar uma rebelião no presídio de Valparaíso (577 km a noroeste de São Paulo), no fim de maio. A dupla estaria organizando uma quadrilha criminosa no estado, desde que fugiu da cadeia paulista.

Em outra ação, o Cope estourou uma central telefônica usada por presidiários e prendeu Jefferson Spagnuolo. O equipamento centralizava em Pinhais, na Grande Curitiba, ligações telefônicas feitas de dentro de presídios. Na lista de prováveis usuários do serviço estaria Marcos Camacho, o Marcola, o líder do PCC, que pode estar a caminho da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Oeste do Paraná.

Mas as facções criminosas não estariam se organizando no estado apenas para cometer assaltos e seqüestros. Há ainda o risco de atentados contra agentes penitenciários, policiais e outras autoridades. A possibilidade pode aumentar com as transferências para Catanduvas, que começaram na semana passada com o traficante Fernandinho Beira-Mar.

Sandra Duarte, presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário Estadual, diz que os agentes carcerários estão se sentindo reféns da situação. Um relatório confidencial da Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania, de 26 de maio, enviado para a Gazeta do Povo, aponta que o PCC estaria organizando atentados em Curitiba e Foz do Iguaçu. A Sesp informa que, por razões óbvias, não divulga prisões, mas esclarece que a polícia continua investigando e prendendo suspeitos. Horácio Bortolini, coordenador estadual do Departamento Penitenciário, também não comenta o assunto.

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