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A Polícia Federal (PF) desarticulou ontem uma rede internacional de compartilhamento de pornografia infantil na internet. A operação, denominada DirtyNet (Rede Suja), teve apoio do Ministério Público Federal e da Interpol, e prendeu 32 suspeitos em nove estados brasileiros – três no Paraná. Entre os detidos está o radialista de maior audiência no Nordeste brasileiro, Rodrigo Vieira Emerencia, o "Mução". A investigação, iniciada em dezembro do ano passado, identificou 160 usuários na América, Europa, Ásia e Oceania, dos quais 63 no Brasil e 97 no exterior.

Depois da prisão de um homem com material pornográfico no final do ano passado, a PF passou a analisar os contatos que ele tinha e descobriu a existência da rede, constatando que a organização era fechada e só dava acesso a convidados aprovados pelos demais integrantes.

O material não era comercializado. A moeda de troca era o acervo de cada participante, que disponibilizava suas fotografias e vídeos e, com isso, tinha acesso às peças dos demais integrantes do esquema. O grupo usava um software de troca de arquivos criptografados para manter suas operações em sigilo. Durante as buscas, alguns policiais perceberam que os integrantes da rede se sentiam seguros pelo anonimato e foram surpreendidos pelos mandados de prisão.

O conteúdo eletrônico encontrado na investigação deixou policiais experientes perplexos. "Em minha experiência pessoal, isso é o que eu vi de pior", revelou a delegada Diana Calazans Mann, acostumada a casos do gênero, ao descrever cenas que viu como "repulsivas" e "abjetas". O procurador da República Rodrigo Valdez de Oliveira, que acompanhou toda a apuração, usou definições semelhantes. "São as formas mais repugnantes desse tipo de crime", afirmou. Oliveira relata que um dos cinco presos no Rio Grande do Sul tinha 5,7 mil fotografias para compartilhar.

Dois acusados foram presos em Curitiba, um em flagrante porque foram encontradas imagens de abuso a crianças na casa dele. A terceira prisão aconteceu em Foz do Iguaçu. Na casa de um homem de 39 anos foram encontradas "mídias digitais com os conteúdos de cunho pornográfico infantil". Também foram feitas buscas em residências de Guaíra e Maringá.

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