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Imaginar o formato das nuvens é para alguns uma brincadeira infantil ou ainda atitude de quem só vive no 'mundo da lua', planejando o futuro.

Mas para cerca de 100 pesquisadores brasileiros ligados ao Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(Cptec/Inpe), a observação de nuvens se tornou prioridade nacional.

Denominado ‘Projeto Chuva’, o objetivo é realizar pela primeira vez um ‘censo’ das nuvens de chuva no Brasil e registrar como funcionam os sistemas de precipitação em cada região do país. Outro foco principal será descrever a influência da Amazônia no sistema de umidade dos estados do Sudeste e Sul.

Todas essas especificidades do estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), permitirá a criação de uma nova estrutura de previsão do tempo, que passará a ser mais rápida e mais localizada. A nova forma de tecnologia poderá elevar o Brasil em um novo patamar de pesquisas voltadas à meteorologia.

Por exemplo, será possível saber horas antes quais ruas e bairros de uma determinada cidade poderão ser atingidos por uma tempestade, o que auxiliaria a organização de serviços como a Defesa Civil. Os testes já foram feitos em Fortaleza (CE), Belém (PA) e em breve outras capitais e regiões como Vale do Paraíba paulista vão receber o sistema.

"Vamos fazer uma tomografia das chuvas no Brasil. Com o experimento, vamos conhecer o tamanho das gotas e ainda o tipo de chuva que atinge as diferentes regiões do país", afirmou Luiz Augusto Toledo Machado, coordenador do Projeto Chuva.

Amazônia

Neste fim de semana, equipes participantes do projeto instaladas em Belém soltaram dois balões meteorológicos com sondas sobre a floresta Amazônica. De acordo com Machado, a intenção era medir o transporte de umidade dos oceanos para o interior da floresta.

Esta umidade é responsável pela grande quantidade de chuvas no estado do Amazonas e ainda influencia o ciclo das águas no Sudeste por meio das Zacas (Zonas de convergência do Atlântico Sul), massa que transporta a umidade da região Norte para o Sudeste em frentes frias.

"Essas são as primeiras coletas e no futuro poderemos dizer se o sistema de chuvas do Brasil foi alterado de alguma forma", afirmou o pesquisador referindo-se aos efeitos da mudança climática. "Vamos desenvolver modelos de previsão para o nosso super-computador. Com isso, a previsão do tempo ficará melhor", informou o coordenador do Projeto Chuva.

A previsão é que em 2014 a pesquisa esteja concluída.

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