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No distrito de Jamapará, oito casas  foram soterradas na madrugada de ontem após um desmoronamento de terra: sete corpos foram encontrados pelos bombeiros | Marcelo Piu/ Agência O Globo
No distrito de Jamapará, oito casas foram soterradas na madrugada de ontem após um desmoronamento de terra: sete corpos foram encontrados pelos bombeiros| Foto: Marcelo Piu/ Agência O Globo

Número de mortos em Minas sobe para 13

Agência Estado

Um temporal na madrugada de ontem causou a morte de três pessoas em Além Paraíba, na Zona da Mata mineira, uma das regiões mais castigadas pela chuva no estado. Com isso, chega a 13 o número de mortes causadas pela chuva em Minas apenas nos primeiros nove dias do ano. A tempestade que atingiu a região também fez com que um prédio de dois andares e quatro apartamentos desabasse em Juiz de Fora.

Em Além Paraíba, segundo os bombeiros, um homem foi vítima de soterramento e uma criança de cinco anos morreu afogada após ser arrastada pela água que invadiu a cidade com a elevação do nível do rio Paraíba do Sul. Durante a tarde, a corporação conseguiu encontrar, após uma denúncia, o corpo de uma mulher que também havia sido arrastada pela correnteza.

Além das mortes, a enchente causada pela chuva ainda deixou Além Paraíba isolada e sem energia elétrica. Os principais acessos ao município, as BRs 393 e 116, foram totalmente interditadas em alguns trechos por causa de alagamentos e quedas de barreiras. Uma cratera ainda engoliu o asfalto na altura do quilômetro 800 da BR-116 e, segundo a Polícia Ro­­doviária Federal (PRF), não há previsão de liberação da pista. Proble­­mas semelhantes ocorreram em Juiz de Fora e Muriaé, na Zona da Mata, que fica na divisa de Minas com o Rio de Janeiro, e em Caran­­daí, Barroso e Barba­­cena, na região vizinha do Campo das Vertentes.

Ontem, dirigentes do Banco do Brasil reuniram-se com o governador de Minas, Antonio Anas­­tasia, para entregar um plano de ação com medidas emergenciais para as regiões atingidas pela chuva no estado. Entre as me­­didas estão a liberação de crédito, adiamento de pagamentos, prioridade no pagamento de prêmios de seguros e a abertura de conta para doações.

O plano, considerado por Anas­­tasia um "conjunto de medidas extremamente pró-ativas", é válido para os municípios que decretaram situação de emergência por causa das tempestades. Em Minas, 104 municípios já se encontram nessa situação.

  • Buscas por desaparecidos continua em Sapucaia: 15 estão desaparecidos

Pelo menos oito pessoas (seis adultos e duas crianças) morreram devido à chuva em Sapucaia, no interior do Rio de Janeiro, na ma­­dru­­gada de ontem. No principal acidente, um deslizamento de terra às 3h30 soterrou oito casas no distrito de Jamapará e deixou sete mortos. Segundo os bombeiros, cerca de 15 pessoas permanecem de­­saparecidas. As buscas continuavam na noite de ontem. Em outro bairro, uma casa desabou e matou um morador, de 45 anos.A rapidez do deslocamento da terra surpreendeu os moradores de Jamapará, cujas casas ficam em uma encosta, separada do Rio Paraíba do Sul apenas pela BR-393 (antiga Rio-Bahia). Outros moradores já haviam deixado as casas durante a noite de domingo, logo após o início da enxurrada, prevendo um acidente como o ocorrido em janeiro do ano passado, quando não houve vítimas. Uma família, que tentava deixar o bairro em um Fusca, foi soterrada dentro do carro.

Os mortos resgatados até a noite de ontem eram Luiz Carlos Nas­­sifi, de 40 anos, e sua neta, Ana Ma­­ria Costa Bela Nassifi, de 3; um casal identificado como Sérgio e So­­lange, cujo filho de 8 anos está desaparecido; Rosiani Gomes Bas­­tos, de 23 anos, o filho Josiel, de 3, e Tiago Carvalho, de 18 anos. A ava­­lanche de lama e lixo desceu por toda a encosta e parou apenas na altura do km 108 da pista da BR-393, que permanece interditada.

Na tarde de ontem voltou a chover forte. No início da noite soou o alarme anunciando novo deslizamento, mas o alerta era falso. A Defesa Civil não descarta novos deslizamentos de terra, pois a chuva continua. A prefeitura de Sapu­­caia deve decretar estado de calamidade pública. A topografia da cidade, cercada de morros e situada à margem do Rio Paraíba do Sul, além da ocupação irregular das encostas, é apontada pelos moradores como uma das principais causas da tragédia. "O município não recebeu nenhuma verba federal para recuperar os danos da chuva de 2011, que destruiu o bairro do Barão, localizado também em Jamapará", disse a chefe de gabinete da prefeitura de Sapucaia, Jo­­sephine Langoni.

O governo federal enviou o Exército para auxiliar no trabalho de resgate dos corpos e desobstrução da rodovia. A Polícia Civil do Rio participa do resgate com o transporte de bombeiros no helicóptero Águia 3, além do envio de legistas e papiloscopistas para a identificação rápida dos corpos. As equipes de busca trabalham com cães farejadores em busca das vítimas. Após sobrevoar a região, o secretário de Saúde do Rio, Sérgio Cortes, definiu a situação como "tris­­te" e anunciou um posto de saú­de dentro de uma igreja e um abrigo para os desalojados em um Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) da região.

Em Outeiro, distrito de Cardoso Moreira, no Noroeste do Rio, onde um dique se rompeu no domingo e a água da Lagoa das Onças ameaçava invadir as casas, cerca de 300 dos 900 moradores ainda resistiam a deixar seus imóveis, embora a água continuasse subindo e já atingisse cerca de 50 centímetros à noite, segundo a Defesa Civil.

Em Petrópolis, 30 casas foram interditadas após deslizamentos, e em Areal quatro casas foram soterradas. Até a noite de ontem, sete municípios do Rio estavam em situação de emergência.

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