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O acidente

O grave acidente com um ônibus de turismo, por volta das 2 horas de 21 de abril, matou oito pessoas e deixou 25 gravemente feridas no km 52 da BR-369, entrada para Bandeirantes, no Norte do Paraná.

O ônibus voltava de Foz do Iguaçu para São Paulo. O motorista teria dito que houve uma falha mecânica no veículo. Após ficar sem freio, ele teria perdido o controle da direção e tombado em uma curva.

O laudo da perícia criminal, realizada pelo Instituto de Criminalística de Londrina, apontou que o motorista do ônibus de turismo que se acidentou em 21 de abril, na BR-369, próximo ao município de Bandeirantes, estava acima da velocidade permitida para o trecho no momento do acidente. Segundo a análise do tacógrafo do veículo – aparelho que registra a velocidade – o ônibus estava a 98 quilômetros por hora às 2h08 de 21 de abril. A velocidade permitida para o trecho é de 60 quilômetros por hora.

Segundo o perito criminal Luciano Bucharles, responsável pela perícia, a análise mostra que o ônibus modelo Mercedes Benz, fabricado em 2006, estava em perfeito estado de manutenção. "Os sistemas de direção, freio e iluminação estavam em condições normais de funcionamento. Também não encontramos qualquer problema com pneus, mangueiras e outros detalhes mecânicos do veículo."

Além de apontar a velocidade exata no momento do acidente, a análise do tacógrafo mostrou que entre às 20 horas de domingo (20) – quando o ônibus deixou Foz do Iguaçu – e às 2 horas de segunda-feira (21), o motorista excedeu a velocidade de 100 quilômetros por hora dezenas de vezes. "Mas o que me chama mais atenção é que em diversos momentos ele se aproximou dos 120 quilômetros por hora." A velocidade permitida para o tráfego de ônibus em rodovias é, em média, de 90 quilômetros por hora, com exceção de alguns trechos de rodovias federais.

Bucharles pontua que, apesar do laudo apontar que o motorista ultrapassou o limite, a velocidade real do ônibus naquela noite pode ser ainda maior. "O tacógrafo, como qualquer aparelho de medição, tem um desgaste natural de uso. Por isso, entendemos que a velocidade real seja pelo menos 2% mais elevada do que a registrada pelo aparelho."

O perito destaca que o fato de o trecho ser de curva fechada pode ter contribuído para o acidente. "Provavelmente, o motorista não conhecia o trecho e, em alta velocidade, não conseguiu controlar o veículo." Após o acidente, o motorista do ônibus alegou que o veículo já apresentava problemas nos freios na saída da garagem conhecia o trecho e, em alta velocidade, não conseguiu controlar o veículo.

De acordo com o delegado de Bandeirantes, Michel Araújo, em depoimento, o motorista disse que informou o problema no veículo na garagem, mas o ônibus não foi substituído. Por conta disso, os responsáveis pela empresa de turismo devem ser ouvidos pela polícia ainda nesta semana.

Inquérito

De acordo com o delegado de Bandeirantes, se confirmada a informação apontada pela perícia criminal de que o ônibus estava em perfeito estado de conservação, apenas o motorista poderá ser responsabilizado pelo acidente, já que excedeu o limite de velocidade de forma consciente. Neste caso, ele poderá responder por homicídio doloso, quando se assume o risco de matar.

O laudo da perícia criminal aponta que o acidente que matou oito e feriu mais de 20 pessoas foi causado por uma falha humana. No entanto, a conclusão do inquérito é da Polícia Civil de Bandeirantes.

Vinte e quatro feridos já haviam sido ouvidos pela Polícia Civil de Bandeirantes até a manhã desta segunda-feira (28). "Só não conseguimos ouvir o rapaz que está em Londrina porque ele permanece internado na UTI [Unidade de Terapia Intensiva]."

O rapaz, gravemente ferido no acidente, foi internado inicialmente na Santa Casa de Misericórdia de Cornélio Procópio. Na noite de segunda-feira (21), ele foi transferido para o Hospital Universitário (HU) de Londrina, onde foi submetido a uma cirurgia na cabeça e seguiu para a UTI.

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