| Foto: /

Uma pesquisa da Fiocruz em Pernambuco identificou a presença do vírus da zika no mosquito Culex quinquefasciatus, o pernilongo comum. O resultado do trabalho foi divulgado pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo.

CARREGANDO :)

Leia mais sobre dengue, zika e chikungunya

Pesquisadores infectaram 200 mosquitos analisaram glândulas salivares e aparelhos digestivos dos insetos. Os resultados ainda são preliminares, e é preciso checar se os mosquitos podem ser infectados em ambientes naturais e se conseguem transmitir a doença aos seres humanos. O estudo vai ser concluído, segundo o jornal, em até oito meses.

Publicidade
Veja também
  • 18 cidades do Paraná têm epidemia de dengue; mais duas mortes são confirmadas
  • Casos de microcefalia no país chegam a 641; outros 4.222 são investigados
  • Com o aumento de casos no Brasil, pesquisadores tentam comprovar a relação entre zika vírus e Síndrome de Guillian-Barré
  • Contra o zika, agências de vigilância sanitária querem trocar informações
  • Laboratórios anunciam parceria por 1.º teste único para dengue, zika e chikungunya

“A gente viu que existe uma facilidade na infecção e uma facilidade da disseminação do vírus para a glândula salivar, mostrando que o vírus conseguiu escapar de algumas barreiras do mosquito”, disse Constância Ayres, entomologista e coordenadora da pesquisa, ao jornal.

A inquietação surgiu ao perceberem que na Micronésia Francesa, em 2007, quando foi registrado o primeiro surto da doença, havia uma população ínfima de Aedes aegypti, mosquito que é o vetor da doença no Brasil, e uma infestação preocupante de Culex.

“Em ambientes silvestres foi encontrado o vírus zika em outros tipos de aedes e no Culex. Por que na área urbana haveria apenas um vetor? É isso que queremos entender”, afirmou Ayres à reportagem, em janeiro.

“Ao contrário do Aedes aegypti, o Culex coloca seus ovos em água suja, como fossas e esgoto. Então, será preciso priorizar o saneamento básico em todo o país”, disse a pesquisadora na ocasião.

Publicidade

O pernilongo tem hábitos distintos do Aedes, o que, segundo Ayres, aumentará a necessidade de a população redobrar os cuidados para não ser infectada. “Enquanto o Aedes aegypti se alimenta do sangue humano durante o dia, o Culex faz isso à noite”, disse.