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A flor mínima da orquídea descoberta pelos pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina. | Carlos Eduardo de Siqueira/PPGFAP_UFSC
A flor mínima da orquídea descoberta pelos pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina.| Foto: Carlos Eduardo de Siqueira/PPGFAP_UFSC

Estar aberto ao acaso e ter poder de observação fizeram com que o pesquisador Carlos Eduardo de Siqueira, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), descobrisse a orquídea com a menor flor do planeta, nominada como Campylocentrum insulare.

Ele saía da estufa do Departamento de Botânica, em 2011, quando viu de relance o que pensou, à primeira vista, um ponto que a princípio pensou ser um fungo. Mas a ciência não se faz só com a primeira vista. Ele retornou, olhou melhor, levou ao microscópio e confirmou a descoberta.

Segundo a descrição no site da UFSC,“A Campylocentrum insulare, antes da floração, é um microrramo que se confunde com uma raiz; quando desabrocha, aparecem seis pequenas flores brancas com um centro amarelo, que não alcançam um milímetro – tudo junto não chega a meio centímetro”.

Após a constatação de que o que parecia um fungo era na realidade uma flor, Siqueira pesquisou as orquídeas e constatou que não havia nenhuma tão pequena quanto aquela, cujo ramo já estava em poder da universidade desde 2010. Ela havia sido coletada pela orientadora de Siqueira no mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas da UFSC, Ana Zannin, junto com outras orquídeas, em Florianópolis e colocada na estufa para aguardar a floração.

A reportagem da UFSC descreve mais sobre a descoberta e o trabalho do pesquisador:

“A subtribo Pleurothalidinae, de orquídeas epifíticas (que crescem sobre outras plantas, sem relação de parasitismo), na Ilha de Santa Catarina foi o campo de atuação de Siqueira no mestrado. “Elas são geralmente endêmicas de certas áreas de floresta, como a Mata Atlântica, com distribuição geográfica restrita, mas relativamente abundantes em população quando encontradas. Morfologicamente são semelhantes; sem a flor é quase impossível distinguir uma espécie da outra.” Dessa forma foi difícil avistar a Campylocentrum insulare, que não tem folhas, entrelaçada junto à raiz de uma Pabstiella fusca, outra orquídea relativamente comum na Ucad.

Após a coleta, Siqueira contou com a colaboração do biólogo e ilustrador científico Rogério Lupo. “Ele ficou com uma flor conservada em álcool por algum tempo, e completou o desenho a partir das fotos com as técnicas próprias do método científico para obter todos aqueles detalhes. É um grande artista.”

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