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Os possíveis efeitos do milho transgênico na natureza dividem cientistas e agrônomos. Marcelo Silva, da Seab, diz que o poder de contaminação das variedades convencionais pelas geneticamente modificadas é muito grande. Isso porque o milho tem polinização direta e cruzada. O pólem que fecunda as flores pode viajar entre lavouras levado pelo vento, os pássaros ou os insetos. A soja, por sua vez, é autógama – se autofecunda. "Por isso o milho precisa de híbridos para cada região", completa o agrônomo Mauro Ruggiro, do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul.

O agrônomo Ventura Barbeiro, militante do movimento ambientalista Greenpeace, radicalmente contrário aos transgênicos, afirma que uma área pequena de milho geneticamente modificado "pode contaminar plantações num raio de 500 metros a 1 quilômetro". Marcelo Silva defende faixas de isolamento de, pelo menos, 200 metros.

Ernesto Paterniani, especialista em genética de milho da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), discorda. Segundo ele, lavouras de milho transgênico e convencional podem coexistir, sem perigo de polinização cruzada. Isso seria possível utilizando-se técnicas rotineiras de lavouras com sementes híbridas ou melhoramento genético convencional.

Paterniani considera o milho transgênico mais seguro à saúde humana, por usar menos defensivos químicos. Leonardo Sologuren, diretor da consultoria de agronegócios Celeres, diz que a transgenia ajudou a melhorar a produtividade do milho em outros países. A média por hectare é de 10 mil quilos nos Estados Unidos, 7,2 mil na Argentina e apenas 3,2 mil no Brasil.

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