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Peritos investigam local onde prédio desabou no Rio de Janeiro: 19 mortos e três desaparecidos | Genilson Araújo Parceiro/ Agência O Globo
Peritos investigam local onde prédio desabou no Rio de Janeiro: 19 mortos e três desaparecidos| Foto: Genilson Araújo Parceiro/ Agência O Globo

Inquérito

Responsabilidade de administradora ainda é investigada

Ainda ontem o delegado Fábio Scliar inquiriu a administradora Cristiane Azevedo, funcionária da T.O. Tecnologia Organizacional, que funcionava no 9.º andar e em outros pavimentos do edifício. Ela era responsável pelo controle de gastos da obra e também teria copiado a planta de outros quatro andares já reformados do prédio para auxiliar na obra do 9º andar. Com base no depoimento, que adentraria a noite de ontem, Scliar poderia decidir indiciá-la como uma das responsáveis pelos homicídios, sejam eles dolosos (com intenção) ou culposos (sem intenção). "São 22 homicídios mais os crimes de desmoronamento e contra o patrimônio histórico. As penas são robustas", diz ele.

Agência Estado

O delegado federal Fábio Scliar disse ontem ter certeza de que paredes estruturais foram derrubadas durante a obra que era realizada no 9.º andar do edifício Liberdade, que desabou em janeiro no centro do Rio, ao lado de dois outros prédios. Ao menos 19 pessoas morreram no desabamento. "Entre sete e oito paredes derrubadas, pelo menos quatro eram estruturais", afirmou Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF, após fazer acareação com quatro operários da obra.

De acordo com o delegado da PF, os operários concluíram que se tratavam de paredes estruturais porque "havia uma estrutura de concreto e ferro amarrada por estribos que adentravam a viga e a laje do piso". Em depoimento, eles afirmaram que teriam "cortado o ferro sem saber se estava amarrado ou não".

O delegado afirmou ainda que os operários confirmaram que as paredes do 9.º andar do edifício Liberdade foram derrubadas a pedido de Cristiane Azevedo, gerente da empresa TO (Tec­­nologia Organizacional). Ela era a responsável por fazer o relacionamento entre os operários e os donos da empresa.

Divisórias

Até o início da noite de ontem, a gerente da empresa ainda estava prestando depoimento à PF. No entanto, o advogado que representa a TO, Jorge Willians Soares, afirmou que as paredes derrubadas pelos operários eram apenas divisórias e não eram estruturais.

"A TO não derrubou nenhum pilar, muito menos nenhuma viga. É temeroso falar qualquer coisa agora porque até hoje eu não tive acesso ao inquérito policial", disse.

Experiência

Para a Polícia Civil, essas paredes derrubadas du­­­­rante a reforma exerciam função de sustentação do edifício. Scliar destacou também que os operários que trabalhavam na obra do 9.º andar do edifício não eram especializados em construção. A PF informou que o Instituto de Criminalística Carlos Éboli identificou mais dois corpos de vítimas ontem. Três pessoas permanecem desaparecidas.

Tragédia

Os três prédios localiza­dos ao lado do Theatro Municipal desabaram por volta das 20h30 do dia 25 de janeiro. Os edifícios tinham 18 (Liberdade), 10 (Colombo) e 4 andares. O inquérito foi iniciado pela Polícia Civil, mas como o Theatro Municipal foi afetado pelo desabamento, a PF assumiu o caso, por se tratar de um bem tombado pela União.

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