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O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Melo, pedirá ainda neste sábado apoio à Polícia Federal (PF) para investigar "fortes indícios" de incêndios criminosos na Floresta Nacional de Brasília (Flona). Toda a região Centro-Oeste sofre com extensas áreas de queimada, sendo que, só no Distrito Federal, três grandes focos de incêndio estão sendo combatidos neste momento, inclusive com o apoio de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB).

De acordo com Melo, servidores do ICMBio observaram a movimentação suspeita de pessoas em uma área que se mantinha intacta, na parte 2 do parque, enquanto os brigadistas tentavam conter o fogo em outro ponto da floresta. Na região onde essas pessoas foram avistadas, o fogo começou imediatamente e, agora, se alastra, ameaçando o Parque Nacional de Brasília, de acordo com o órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

"O relato de nosso pessoal é que trata-se de um incêndio criminoso. Não conseguimos identificar as pessoas, mas a perícia já foi solicitada. Temos suspeitas sobre a autoria dessa ação criminosa", afirmou o presidente o ICMBio.

O ICMBio informa que a Flona de Brasília é uma área de disputa entre o órgão e invasores, até mesmo com litígio judicial. Ele acredita que o fogo possa ter sido provocado em represália a ações de fiscalização ou mesmo por antigos habitantes da Flona.

"Nada, nenhuma disputa, justifica esse tipo de ação criminosa. Essas pessoas não fazem apenas um mal ambiental. Prejudicam a qualidade de vida de 2 milhões de pessoas que vivem em Brasília e sofrem com os efetivos da seca e da queimada."

Brasília, que neste sábado tem um dos dias mais quentes do ano, está encoberta por uma camada de fumaça provocada pelos incêndios. Além dos ICMBio, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, as Forças Armadas e voluntários trabalham para tentar conter o avanço de novos focos.

O coordenador de Proteção Ambiental do ICMBio, Paulo Carneiro, informou ainda que outros incêndios criminosos estão ocorrendo país afora, especialmente no Mato Grosso e em Tocantins. Segundo ele, são áreas de disputa de terra ou de atividade agropecuária. Na Serra Geral, em Tocantins, também existe a suspeita de incêndio criminoso. No local, os agentes encontraram um mecanismo, com uma vela e um cigarro, usado para provocar incêndios.

"É difícil fazer prisão em flagrante. Porém, esse tipo de ocorrência é comum. Ou é retaliação à fiscalização ou é porque tem gente que gosta mesmo é de ver a floresta pegar fogo. Enquanto a gente combate o incêndio em um lado, eles põe fogo no outro", lamenta.

Somente na Floresta Nacional de Brasília, as queimadas atingem 4 mi hectares, de 9 mil hectares de floresta. No Brasil, os incêndios provocados no período de seca deste ano já queimaram 250 mil hectares de unidades de conservação.

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