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Três frentes de investigação foram abertas para averiguar o suposto vazamento de questões do exame da Ordem dos Advo­gados do Brasil (OAB). Além do processo administrativo dentro da própria OAB, a Superin­tendência da Polícia Federal em São Paulo anunciou ontem que abrirá inquérito sobre o caso. E o Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe) da Universidade de Brasília (UnB), responsável pela aplicação do teste, também solicitou a abertura de uma sindicância à reitoria da instituição.

O pedido de abertura de inquérito foi feito na última terça-feira pelo próprio presidente nacional da OAB, Ophir Caval­cante. O diretor-geral do Cespe, Ricardo Carmona, acompanhou Cavalcante na visita ao diretor-geral em exercício da Polícia Federal, Luiz Pontel de Souza. "Com esses três caminhos de investigação pretendemos solucionar o caso o mais rápido possível", diz Carmona.

A OAB suspendeu a correção e a divulgação dos resultados da prova logo que tomou conhecimento da fraude. Segundo a comissão do exame em São Paulo, a irregularidade foi detectada durante a aplicação da segunda fase da prova prático-profissional de Direito Penal do Exame de Ordem, no último dia 28. A tentativa de fraude ocorreu na cidade de Osasco, na Grande São Paulo, onde um candidato foi flagrado com as respostas de cinco questões da prova, antes mesmo da distribuição dos formulários do exame.

Enquanto isso, os 18,7 mil candidatos que participaram da avaliação em 155 cidades brasileiras – mais de 1,7 mil só no Paraná – esperam que a reunião do Colégio de Presidentes de Seccionais da Ordem, marcada para o próximo domingo, dia 7, em Brasília, traga alguma definição mais imediata. É a primeira vez que o processo é aplicado de forma unificada.

Porta do crime

De acordo com o presidente da Ordem, a entidade não vai permitir, em hipótese alguma, que um bacharel em Direito seja admitido na carreira da advocacia "pela porta do crime". "Para se tornar advogado, é fundamental que ele tenha ética e competência. Por isso a OAB vai ser extremamente rigorosa na apuração desse fato lamentável ocorrido em Osasco". Para ele, o Exame de Ordem é essencial para que toda a sociedade tenha certeza quanto à qualidade do profissional que está deixando as faculdades e ingressando no mercado, uma vez que o profissional da advocacia lida com direitos importantes dos cidadãos, como o patrimônio e a liberdade.

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