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Brasília e Cuiabá – A Polícia Federal pediu ontem à Justiça Federal de Varginha, Minas Gerais, a prisão do produtor cultural Luiz Armando Silvestre Ramos, acusado de participar de uma farsa ao se apresentar como testemunha da entrega de R$ 250 mil a Hamilton Lacerda, ex-coordenador de comunicação da campanha do senador Aloízio Mercadante ao governo de São Paulo.

A polícia também examina a possibilidade de pedir a prisão da secretaria-executiva do PSDB de Pouso Alegre, Rosely de Souza Pantaleão, que teria ajudado Ramos a fazer uma falsa denúncia contra Lacerda, um dos sete petistas acusados de comprar por R$ 1,7 milhão um dossiê contra políticos tucanos. Se a justiça aceitar o pedido da PF, a prisão só poderá ser feita após as eleições, porque a lei eleitoral impede a detenção até 48 horas após o pleito.

Em depoimento à Polícia Federal em Varginha, na quinta-feira, Silvestre Ramos se apresentou com nome falso de Aguinaldo Henrique Delino. À PF, disse que trabalhava para um homem cujo nome era o dele mesmo: Luiz Armando Silvestre Ramos. Segundo Ramos, ele teria ajudado o suposto patrão a levar R$ 250 mil para Hamílton Lacerda, em São Paulo, um dia antes da prisão do advogado Gedimar Passos e do empresário Valdebran Padilha.

Os dois foram presos no hotel Íbis em São Paulo com R$ 1,7 milhão, dinheiro que seria usado para a compra do dossiê. Ramos disse até que antes da viagem a São Paulo o patrão fizera um depósito e depois um saque numa conta dele da agência do Bradesco de Pouso Alegre no valor de R$ 80 mil.

Conta bancária

A confissão de Silvestre Ramos, tida inicialmente como a solução para a origem do dinheiro do dossiê, no entanto, não passou de uma farsa. Menos 24 horas depois daquele que seria o depoimento bombástico do caso do dossiê, a PF confirmou que o suposto produtor cultural não fez movimentação bancária alguma e que seu nome verdadeiro é Luiz Armando Silvestre Ramos e não Aguinaldo Henrique Delino. Ramos tem até passagem na polícia por estelionato.

Ramos foi apresentado à polícia pela tucana Rosely Pantaleão. Na terça-feira, ela telefonou para a superintendência da PF em Mato Grosso e disse que Ramos tinha uma importante denúncia para fazer no caso do dossiê.

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