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A Polícia Federal (PF) vai solicitar ao Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRPR) que reveja alguns conceitos dos exames psicotécnicos aplicados em empresas de segurança para a contratação de vigilantes – a prática é exigida por lei. A idéia de revisar os testes surgiu após a denúncia de que o estudante Bruno Strobel Coelho Santos, 19 anos, filho do jornalista Vinícius Coelho, foi assassinado por três funcionários da empresa Centronic Vigilância e Segurança. Os três foram aprovados em exames psicotécnicos para trabalhar como vigilantes. A reportagem tentou entrar em contato ontem no fim da tarde e no começo da noite com o CRPR, porém as pessoas indicadas para a entrevista estavam em atendimento clínico.

O advogado Antônio Neiva de Macedo Filho, que representa Marlon Balem Janke, 30 anos, acusado de disparar contra o rapaz, diz que seu cliente não tem problemas mentais. "Claro que somente um psicólogo ou psiquiatra pode fazer uma análise apurada, mas do que conversei com ele até hoje, não notei nenhum distúrbio mental", diz.

No perfil do site de relacionamentos Orkut, Janke demonstra ter interesse particular por grupos policiais de elite, como a Ronda Ostensiva de Natureza Policial (Rone), da Polícia Militar, e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Militar do Rio de Janeiro e que é retratado no filme Tropa de Elite, o qual Janke teria assistido sete vezes antes de ser preso. Além disso, entre as paixões declaradas pelo vigilante no site de relacionamento estaria a sua arma.

Macedo confirma o interesse de Janke pela vida militar. Tanto que, informa o advogado, cinco anos atrás, pouco antes de começar a trabalhar na Centronic, ele chegou a prestar concurso para a Polícia Militar, sendo reprovado. "Ele realmente tem um perfil militarizado, mas não pode ser crucificado por isso", defende.

Em entrevista coletiva, o superintendente da PF no Paraná, Delci Teixeira, afirmou que há indícios de irregularidade no estoque de munição na Centronic, conforme averiguação da documentação apreendida na sede da empresa semana passada. De acordo com o superintendente, a quantidade de munição declarada à PF não seria a mesma encontrada na empresa.

A perícia da PF também prepara um laudo sobre a tinta encontrada em armários e carros da empresa. A suspeita é de que a tinta tenha sido usada para castigar pichadores apreendidos por vigilantes. "Caso todas essas denúncias se confirmem, a empresa pode ter o registro cassado", reforça Delci. Em nota encaminhada à imprensa, a Centronic afirma que preenche todos os requisitos para operar no ramo de segurança.

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