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Trinta e seis pessoas já foram presas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul durante a operação "Ouro Verde" deflagrada nesta sexta-feira Polícia Federal e a Receita Federal. As ações são realizadas simultaneamente nos três estados do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A operação é para o combate contra crimes financeiros.

No Paraná, foi cumprido apenas um mandado de busca e apreensão na importadora de pneus "Cronnus", em Araucária, região metropolitana de Curitiba. A suspeita da PF é que a empresa tenha cometido crime de sonegação fiscal e importação ilegal. No local, os agentes apreenderam cinco caixas com documentos de movimentação fiscal e cinco computadores.

No estado catarinense, foram presas 16 pessoas, entre elas dois empresários acusados de chefiar a organização criminosa que agia instalando um "sistema bancário" paralelo. Rogério Luiz Gonçalves e Clóvis Marcelino Gonçalves foram presos em Jaraguá do Sul. Os dois são os proprietários da RogerTur, empresa que segundo a PF seria a principal articuladora deste esquema. Somente nos escritórios da RogerTur, a PF apreendeu R$ 1 milhão de reais em cédulas de dólares, euro e reais, além de barras de ouro. Os agentes também apreenderam U$S 140 milhões em ações ao portador.

Em todo Rio Grande do Sul, a PF prendeu 20 pessoas. Foram apreendidos R$ 392 mil, U$S 346 mil dólares e 25 mil euros, além de 50 veículos, computadores, farta documentação e 13 quadros que estão periciados para saber a autenticidade das obras. A PF não informou o nome dos presos e nem das empresas suspeitas de envolvimento no esquema.

O esquema

O grupo oferecia quase todos os serviços bancários, tais como manutenção de conta corrente e investimentos (abastecidos com dinheiro de caixa dois de empresas), compra e venda de moeda estrangeira e remessa de valores para o exterior por meio de canais financeiros ilegais e não declarados às autoridades competentes.

A existência desse mercado bancário sem o conhecimento do Banco Central permitia à organização ocultar e lavar o dinheiro obtido com a prática de diversos crimes, especialmente de contrabando e descaminho e, inclusive, do tráfico de drogas.

Envolvidos

No Rio Grande do Sul, a PF detectou o envolvimento de uma das maiores financeiras do estado, utilizada como fachada e para lavar o dinheiro ilegalmente. Alguns de seus proprietários, operadores do mercado financeiro, também estão sendo presos.

Nesse estado, a organização tinha como principais clientes grandes empresários, empresas que trabalham no ramo de importação e exportação e movimentava por dia aproximadamente R$ 1 milhão. Para executar suas atividades a nível internacional o grupo possuía braços financeiros no Uruguai e nos Estados Unidos da América, e segundo estimativas da inteligência financeira da Polícia e da Receita já teriam movimentado no exterior mais de US$ 250 milhões.

Os presos, em sua maioria doleiros e empresários, responderão pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, funcionamento de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta e sonegação fiscal, cujas penas somadas podem alcançar a 30 anos de prisão.

No total, 704 policiais federais e 161 Auditores da Receita Federal participam da operação, principalmente, em SC e RS. Por requisição da Polícia Federal, a Justiça Federal determinou ainda o bloqueio de aproximadamente 560 contas bancárias ligadas ao esquema criminoso.

A operação foi batizada numa alusão à coloração das cédulas de dólar e o ouro uma referência ao lastro metálico da moeda americana.

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