Rio de Janeiro A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem a operação Branca de Neve, no Rio de Janeiro e em São Paulo, para prender uma quadrilha especializada na lavagem e ocultação de dinheiro, principalmente recursos desviados do INSS no fim da década de 80 e início da década de 90. Segundo a PF, quatro pessoas foram presas, entre elas o ex-procurador do INSS Armando Avelino Bezerra. Ele já havia sido condenado em 1992 a 12 anos e 6 meses de prisão, mas só ficou 4 anos atrás das grades. Bezerra chefiava uma organização criminosa responsável pela utilização do dinheiro na compra de imóveis, obras de arte e aplicações financeiras.
Foram presos também no Rio o auditor da Receita Federal João da Hora e dois outros participantes da quadrilha: Cícero Nogueira e Esperidião Fernandes Campos. Um quinto participante, Ricardo Pereira Carvalho, morreu em outubro de 2003, vítima de arma de fogo.
O desvio de dinheiro do INSS na década de 80, que foi comandado entre outras pessoas pela fraudadora Jorgina de Freitas, atingiu um total que, atualizado a valores de hoje, corresponde a R$ 3 bilhões. Deste total, apenas 7%, segundo a Polícia, foram recuperados.
Além das prisões, a PF apreendeu ontem dois aviões, além de um caminhão com obras e peças de arte que estavam com o grupo.
Em quase dois anos de investigação, a Polícia Federal, a Procuradoria da República e a força-tarefa da Previdência Social constataram que o destino do dinheiro arrecadado com o maior golpe da história contra a Previdência Social continua sendo movimentado por Armando Avelino.
A polícia calcula que nos últimos anos ele comprou mais de 100 apartamentos e ainda estava investindo em obras de arte, no mercado financeiro e em empresas de fachada.
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