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Paula Lima solta a voz na capital, nesta terça | Divulgação/Angélica Fenley Belich Assessoria em Comunicação
Paula Lima solta a voz na capital, nesta terça| Foto: Divulgação/Angélica Fenley Belich Assessoria em Comunicação

Duzentos e trinta e seis agentes da Polícia Federal (PF) deflagraram, na manhã de ontem, a Operação Contranicot para desmantelar uma organização criminosa acusada de contrabando, corrupção e lavagem de dinheiro. A operação ocorreu em três estados do país: Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Ao todo, foram presos 53 pessoas, entre policiais, contrabandistas e comerciantes. Só em Goiás, foram detidas 49 pessoas – sendo dez policiais: sete civis e três militares. Em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, assim como em Mato Grosso do Sul, foram presas duas pessoas que seriam encarregadas de levar o contrabando até Goiás. Segundo a PF, 11 mandados de prisão não foram cumpridos.

Entre os 11 estaria o principal responsável por introduzir o contrabando no Brasil. De acordo com a PF, o líder da quadrilha mora em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Além dele, a PF informou que não foram cumpridos sete mandados de prisão em Goiás, dois no Paraná e dois em Mato Grosso do Sul. Os nomes dos presos, assim como dos que conseguiram fugir, não foram divulgados pela polícia.

Os 77 mandados de busca e apreensão expedidos pela justiça de Goiás foram cumpridos. A PF apreendeu farta documentação, cerca de 200 talões de cheques preenchidos, carros, moto, uma lancha e até um jet ski. Só em Foz do Iguaçu, foram apreendidos três carros, uma moto e R$ 13 mil na casa dos envolvidos.

No Paraná, um dos acusados de integrar a quadrilha foi preso dentro do carro quando escoltava um caminhão abarrotado de cigarros e contrabando. Além dele, outras quatro pessoas, que não eram alvos da operação, foram detidas em flagrante quando davam cobertura ao caminhão.

Rota do crime

Segundo as investigações, a quadrilha trazia o cigarro contrabandeado do Paraguai, passava por Foz do Iguaçu, pelo estado de Mato Grosso do Sul e chegava em Goiânia, onde era feita a distribuição e a comercialização. A Polícia Federal estima que o grupo tenha transportado cerca de 5 mil caixas de cigarros por mês e movimentando em torno de R$ 5 milhões.

A Corregedoria da Polícia Civil em Goiás disse que os policiais já estavam sendo investigados, responderão à sindicância e, se ficar confirmada a participação deles no esquema, serão exonerados. A Polícia Militar disse que colaborou com a operação e, se os militares presos realmente estiveram envolvidos no esquema, serão excluídos da corporação.

A Operação Contranicot é um desdobramento da Operação Hidra, realizada em 2004. As investigações duraram cerca de um ano. Os presos serão autuados por contrabando, extorsão, concussão, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A ação da PF foi batizada como Contranicot numa referência à Jean Nicot (1530-1600), cidadão francês que introduziu o tabaco para ser colocado no nariz para a corte francesa, de onde deriva o termo nicotina.

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