PF protesta nas Cataratas do Iguaçu sem perspectiva de finalizar greve

Cerca de 60 agentes da Polícia Federal (PF) fizeram um protesto nas Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, nesta terça-feira (11) contra a derrubada da liminar que proibia o corte de ponto de policiais. A aglomeração aconteceu em um ponto do parque que fica bem em frente às quedas d´água. O protesto causou dificuldades aos turistas que visitaram o local para ver a atração.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais (Sinpef-PR), Fernando Vicentine, a intenção do protesto foi sinalizar que a PF tem intenção de continuar a greve mesmo que o ponto seja cortado. "Mesmo que haja tentativa de desmotivar a greve, isso vai apenas causando mais indignação", diz.

Durante a manhã, policiais federais também protestaram no Rio de Janeiro, no Corvocado. Assim como em Foz, eles levaram faixas e vestiram camisas com mensagens de protesto. As ações fazem parte de uma série de atos que devem acontecer em pontos turísticos para chamar a atenção do público, conforme alerta Vicentine.

Além de reivindicar a queda da liminar, as manifestações fazem parte da continuação da greve da categoria, em vigor desde o último dia 7 de agosto. Durante o mês passado, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e as entidades representativas sentaram à mesa para diversas rodadas de negociação.

Outras categorias também estavam em greve, mas a maioria delas aceitou o reajuste proposto pelo governo de 15,8%, a serem divididos nos próximos três anos. A PF, no entanto, alega que a principal reivindicação da classe não é o aumento salarial, mas sim uma reestruturação na carreira. Outra bandeira defendida pelos sindicatos dos policiais federais é a recomposição do efetivo, que, segundo os grevistas, está defasado.

Nesta quarta-feira (12), a PF realiza uma manifestação no Hemepar, em Curitiba. Agentes, escrivães e papiloscopistas irão doar sangue, assim como aconteceu em Cascavel, nesta segunda-feira (10). O gesto, conforme o Sinpef-PR, serve como contraponto ao governo, que teria taxado os servidores de "sangue azul" do funcionalismo público.