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O delegado da Polícia Federal, Kandy Takahashi, tomou nesta terça-feira o depoimento de Francisco Carlos Moreno, tesoureiro da campanha do prefeito Nedson Micheleti (PT) à reeleição em 2004 e atual presidente da Companhia Municipal Trânsito e Urbanização (CMTU). Também foi ouvido Augusto Hermetio Dias Júnior, coordenador da campanha. Ambos prestaram depoimentos no inquérito que apura as denúncias de uso de caixa dois pelo PT de Londrina. Os dois deixaram a PF sem dar entrevistas.

O advogado que defende o PT no caso, João dos Santos Gomes Filho, declarou, na saída do depoimento, que foram "esclarecidas questões alusivas à direção da campanha".

Takahashi disse que o depoimento de Dias Júnior foi "contraditório" em três pontos: pagamento de postos de gasolina não registrados na prestação de contas, depósito de R$ 10 mil de uma doação de campanha e na afirmação de que Soraya Garcia, autora das denúncias, seria "apenas uma secretária" no comitê eleitoral.

Sobre os postos de combustíveis, Dias Júnior disse não reconhecer os pagamentos. Dos R$ 137 mil que o relatório parcial do inquérito feito no ano passado indica como "recursos não contabilizados" pela campanha, cerca de R$ 50 mil são pagamentos a postos. O restante do valor apurado pela PF tem como base provas testemunhais.

A outra contradição apontada pelo delegado é com relação a uma doação de R$ 10 mil para a campanha, dinheiro que foi depositado na conta bancária pessoal de Dias Júnior. Para Gomes Filho, o caso do depósito foi "absolutamente esclarecido" O advogado afirmou que o coordenador retirou o dinheiro da conta posteriormente e fez pagamentos de despesas de campanha. "Esse dinheiro jamais foi para a conta do Augusto com objetivo ilícito, ninguém desvia para a própria conta, ninguém camufla o dinheiro para a própria conta", afirmou.

Gomes Filho disse que os dois ex-coordenadores da campanha compareceram "espontaneamente" à delegacia. Takahashi negou: disse que eles foram convocados. A PF pretende ouvir nos próximos dias o secretário de Gestão Pública, Jacks Dias, que era presidente do PT na época da campanha. O delegado não definiu a data.

Sobre a conclusão do inquérito, Takahashi disse que espera terminá-lo em 30 dias. Ele afirmou que conseguiu fazer cerca de 30% das 70 diligências pedidas pelo Ministério Público. O inquérito foi aberto no final de julho do ano passado e ficou parado por cerca de 11 meses devido a uma batalha judicial.

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