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Associações de juízes e procuradores temem que a Polícia Federal ganhe superpoderes num segundo governo Lula. Tramita no Senado proposta de mudança da Constituição conferindo status de ministro-chefe ao diretor da PF e prerrogativas aos delegados para assumir a exclusividade das investigações, determinar prisões e quebrar sigilos sem autorização judicial. O projeto é do senador Vilmar Amaral (PTB-DF), suplente de Luiz Estevão. Tem o apoio do ex-diretor da PF Romeu Tuma (PFL-SP) e assinaturas, entre outros, dos tucanos Arthur Virgílio (AM) e Tasso Jereissati (CE) e dos petistas Eduardo Suplicy (SP), Ideli Salvatti (SC) e Serys Slhessarenko (MT). "A proposta é uma aberração", diz o advogado Fábio Comparato.

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Reações – Para a Associação Nacional dos Procuradores da República, a emenda de Vilmar Amaral "cria um Estado armado dentro do Estado". A Associação dos Magistrados Brasileiros entende que "a Polícia Federal não deve ser usada para fins políticos".

Desconhecimento – A assessoria de Márcio Thomaz Bastos diz que o ministro não foi consultado sobre o projeto de Amaral. E desconhece algum país que tenha a polícia desvinculada do Executivo.

Focos – O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), tem dito a Lula que é fundamental, se reeleito, acertar a articulação com o Congresso e construir uma relação institucional com a imprensa.

Afago – Aldo defende a inclusão do ex-presidente FHC na mesa de negociação, caso Lula vença. Diz que que votou nele em 85, para prefeito, contra Eduardo Suplicy, e em 86, para senador. "E não são votos dos quais me arrependo", diz.

Foro íntimo – Lula confidenciou a interlocutores que votou em José Genoíno para deputado federal. Para o presidente, "Genoíno pagou pelo que não fez, foi injustiçado". Já Vicentinho diz que recebeu o voto de Lula, que teria levado até "cola" com seu número.

A conferir – O ex-ministro Saraiva Felipe (PMDB) diz que Lula passará dos 60% de votos em Minas. E que, a despeito de Aécio Neves na campanha de Alckmin, prefeitos tucanos migram para Lula.

Fantasma – Jayme Lerner está para a campanha de Osmar Dias (PDT) no Paraná assim como o governo FHC está para a de Alckmin. Roberto Requião (PMDB) centrou os esforços no segundo turno em associar o adversário ao ex-governador, que o apóia.

Sotaque – A campanha de Geraldo Alckmin distribui material segundo as prioridades regionais. Para Sul e Sudeste, a ênfase é num jornal do candidato. Para o Norte e Nordeste, panfletos com a "cola" do número do tucano.

Nomes – Fernando Schmidt, ex-chefe de Gabinete de Jaques Wagner no ministério da articulação política, deve ser secretário de Governo da Bahia. Geddel Vieira Lima indicaria o ex-deputado carlista Benito Gama para uma pasta.

Poderoso – Walter Pinheiro (PT-BA), tratado a pão e água nos últimos quatro anos, foi campeão de votos do partido no estado. Deve pleitear a liderança na Câmara e cargos no governo de Wagner.

Mercado futuro – Com a maior bancada eleita na Assembléia paulista, o PSDB não vai abrir mão da presidência da Casa, hoje nas mãos de Rodrigo Garcia (PFL).

Afinidades – Além das mensagens de apoio de Lula em carros de som, Roseana Sarney (PFL) usa bandeiras vermelhas na sua campanha ao governo do Maranhão.

Mais um – Eleito deputado federal pelo nanico PTC, Clodovil mandou emissários perguntar a Lula em qual legenda deveria ficar. Foi aconselhado a procurar o PMDB, que abriga "diferentes criaturas", diz um aliado do presidente.

TIROTEIO

* Do deputado federal eleito Sílvio Torres (PSDB-SP) sobre as suspeitas de que Fábio Luís Lula da Silva, sócio da empresa Gamecorp, atuaria como lobista da Telemar junto ao governo de seu pai, o candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva:

– A campanha do Lula agora terá de mudar seu slogan para: "Deixe o ‘Lulinha’ trabalhar".

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