• Carregando...

As mortes do pedreiro édson Elias dos Santos, 28 anos, e do carregador Felipe Osvaldo da Guarda dos Santos, 19 anos, ocorridas durante abordagens da Polícia Militar, podem ter sido crimes comuns, que deveriam ser julgados pelo Tribunal do Júri. A tese é da Promotoria de Investigação Criminal (PIC) do Ministério Público do Paraná, que vai acompanhar as investigações relativas aos dois casos. Por enquanto, por serem policiais, os dez envolvidos nas duas mortes responderão apenas a Inquérito Policial Militar, abertos por determinação do comando da corporação.

Nos dois casos há indícios de execução. Edson dos Santos foi morto com oito tiros (seis deles pelas costas), na madrugada do dia 17 de fevereiro, no Largo da Ordem, Centro de Curitiba. Na versão dos policiais, ele tentava furtar um veículo e atirou em uma viatura da PM com um revólver calibre 22. A Polícia Civil, no entanto, não solicitou exame para comprovar a presença de vestígios de pólvora nas mãos do rapaz. Presos e encaminhados para o Centro de Atendimento Integrado ao Cidadão (Ciac), no bairro Portão, outros dois acusados de envolvimento na suposta tentativa de furto foram liberados em seguida.

Um carro roubado também teria sido a motivação para policiais da Rotam (Rondas Ostensivas Tático Motorizadas) abordarem Felipe dos Santos, na madrugada do dia 25 de fevereiro. Ele foi morto com cerca de 30 tiros. Depois da operação, ficou comprovado que o carro pertencia à mãe de Felipe, Josiane da Guarda dos Santos. Na última sexta-feira, o deputado federal Dr. Rosinha (PT) denunciou que Felipe foi vítima e testemunha de uma sessão de tortura no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José dos Pinhais, em 23 de novembro do ano passado, o que reforçou a suspeita de execução. Ele estava preso por furto e teria tentado fugir da unidade. Felipe e outros três detentos teriam sido espancados e humilhados durante cinco horas.

A morte de Felipe levou o governador Roberto Requião a levantar a suspeitar de que um grupo de extermínio esteja agindo dentro da Polícia Militar. Diferentemente do que acontece em ocorrências que não envolvem policiais, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) não divulga o nome dos suspeitos. Segundo o comando da Polícia Militar, os seis policiais envolvidos na ocorrência do Largo da Ordem e os quatro que participaram da morte de Felipe dos Santos foram afastados dos trabalhos de rua.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]