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Um dia antes do Feriado do Dia do Trabalhador, a Prefeitura de Curitiba realizou um trabalho de recuperação das paredes do viaduto do Alto da XV com a Avenida Nossa Senhora da Luz. Porém, a benfeitoria não durou muito. O trabalho, quer consumiu uma verba de R$ 4 mil e três horas de trabalho, foi mais uma vítima da ação de vândalos no mesmo feriado.

As pichações continuam sendo o maior problema enfrentado pelas autoridades no que diz respeito ao patrimônio público. Segundo dados da prefeitura, com o prejuízo com pichações seria possível construir 33 casas populares. Para o secretário interino de Obras Públicas, Mário Tookoni, o vandalismo em viadutos, pontes, escolas, faróis do saber, entre outros equipamentos sociais, provoca um prejuízo médio de R$ 1 milhão ao ano aos cofres municipais.

Os viadutos e os Faróis do Saber da capital são os pontos mais atacados pelos vândalos. Nestes locais, as pichações acontecem quase que diariamente, segundo o chefe da Central de Manutenção (Ceman), Edson Bonfim. Os chamados de serviço mais recebidos pela Ceman são para reparo de edificações, viadutos, pontes e trincheiras pichados. O órgão realiza também a recuperação de outras depredações, como a quebra de vidro, furtos de fiação, de telhas e de equipamentos elétricos, além de danos à edificações.

Prejuízos

Os prejuízos não prejudicam apenas a comunidade. De acordo com o presidente do Instituto Municipal de Turismo, Luiz de Carvalho, o turismo, um dos carros-chefe da cidade, também perde com pichações e outros atos de vandalismo. Para ele, o turista que visita uma cidade quer ver locais bonitos, que depois serão mostrados para outras pessoas, e que podem vir a ser visitantes em potencial.

Dados do Instituto Municipal do Turismo, de 2004, mostram que dois milhões de turistas que visitam anualmente Curitiba. Em média, um estrangeiro deixa US$ 97,90 ao dia na capital. Em 2004, foram cem mil visitantes de outros países. No mesmo ano, Curitiba recebeu 1,9 milhão de turistas brasileiros, que deixaram na cidade por dia US$ 60,80.

Os números podem diminuir em 2006. "As pichações fazem a cidade perder o seu encanto. Manter os locais limpos e pintados é obrigação da prefeitura e da sociedade, que ganha com os visitantes receita e aumenta a geração de empregos", completa Carvalho.

Policiamento

O vandalismo poderia ser até maior, não fosse a presença constante da Guarda Municipal próxima aos patrimônios públicos. Só neste ano, a Guarda já atendeu 113 denúncias de pichações. Dessas, 41 resultaram em detenção em flagrante de grafiteiros. O número neste quadrimestre representa 42% das detenções realizadas em 2005.

De acordo com dados do órgão, o auxílio da população tem sido fundamental no aumento das denúncias contra os pichadores. Ainda segundo a Guarda Municipal, a maioria dos pichadores detidos têm de 15 a 18 anos. Dos jovens presos em flagrantes neste ano, 30 fazem parte desta faixa etária. Pela lei, os pichadores devem pagar multa de 71,42 UFIRs (R$75,99), além dos custos de despesas e da restauração do bem danificado. Se o pichador for menor de 18 anos, a infração recai sobre os pais ou responsáveis.

A Guarda Municipal avisa que a população pode denunciar os casos de pichações pelo telefone 153 ou informar a Polícia Militar pelo telefone 190.

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