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O acidente com um motoqueiro na Rua Carlos Klemtz, ontem pela manhã, em uma das curvas próximas ao bosque do Fazendinha, em Curitiba, foi o estopim para moradores, comerciantes e motoboys da região realizarem um protesto solicitando providências da prefeitura relacionadas à pista escorregadia. Pneus incendiados interditaram um dos sentidos da via por, aproximadamente, duas horas. Cerca de 40 pessoas participaram da manifestação. "Fizemos isso para chamar a atenção. Cansamos de nós mesmos buscarmos soluções para o problema", afirma o empresário Roni Jefferson Batista, um dos organizadores do protesto.

Batista relata que pelo fato de inúmeros acidentes envolvendo motoqueiros ocorrerem no local, já desistiram de registrar ocorrências na polícia. O Siate é acionado somente quando há vítimas com ferimentos graves, como fraturas. O motivo apontado: óleo na pista. "Sempre tenho dois sacos de cal para colocar no asfalto para secar a pista", relata. Ele acredita que o óleo seja oriundi dos tanques de ônibus do transporte coletivo de Curitiba que passam pelo Terminal de Ônibus da Fazendinha. De acordo com a dona-de-casa Maria do Nascimento Moreira, que mora há 30 anos no local, pelo menos um acidente ocorre na mesma curva toda semana.

Em maio do ano passado, o entregador de gás Edilson José Wojcik escorregou no óleo da pista e perdeu o controle da moto. "Liguei no 156 reclamando do problema, a prefeitura disse que tomaria providência, mas não fizeram nada", lembra. Ele teve apenas algumas escoriações pelo corpo.

O mecânico José Maria Sabino não teve a mesma sorte. Em uma tarde chuvosa de novembro de 1993, o que mostra que o problema não é recente, Sabino escorregou com a moto e foi parar embaixo de um ônibus que vinha no sentido contrário. "Fiquei 15 dias internado e três meses em tratamento, mas nunca mais consegui voltar a andar normalmente", conta. Com o acidente, Sabino fraturou uma perna e perdeu seis centímetros da tíbia. A solução apontada por quem percorre o trecho da rua é a instalação de redutores de velocidade, alertando o perigo.

Para o gerente de vistoria dos veículos da Urbs (responsável pelo transporte coletivo de Curitiba), Élcio Karas, é pouco provável que o vazamento de óleo na Rua Carlos Klemtz seja de um dos ônibus do transporte coletivo porque todos os veículos da frota passam por, no mínimo, duas vistorias completas por ano. A Urbs comprometeu-se em fazer uma vistoria especial no local para investigar a origem da substância que cai no asfalto. Já a Diretran afirma que a sinalização da via é adequada e, até o momento, não havia recebido nenhuma solicitação para a instalação de redutores de velocidade no local.

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