Pistoleiros queimam casas do MST no Noroeste do PR

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Maringá - Uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) na Fazenda Videira em Guairaçá, no Noroeste do estado, foi atacada por homens armados na noite de terça-feira. Cinco barracos foram incendiados. Cerca de 70 famílias vivem no local desde 2007. Ninguém ficou ferido.

Policiais de Guairaçá, Terra Rica e Paranavaí foram mobilizados para atender o caso. Tudo o que havia dentro dos barracos ficou destruído. Segundo o MST, os agricultores conseguiram se esconder dentro de um barracão. Não há pistas sobre a autoria do atentado.

A fazenda tem 1.231 hectares e foi ocupada por cerca de 500 famílias sem-terra em 6 de março de 2007. A fazenda foi desapropriada em 1.° de dezembro de 2006, para fins de reforma agrária, mas até ontem os técnicos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não avaliaram o local.

Ainda segundo o MST, essa não foi a primeira vez que o acampamento foi alvo de ataques. Logo após a invasão em março de 2007, três pessoas ficaram feridas depois que um grupo de pistoleiros cercou o local e efetuou vários disparos. Na ocasião, a Polícia prendeu dez homens, que logo foram soltos. Dois meses depois houve um ataque parecido, mas ninguém foi preso.

Força Nacional fica em Belém

É a Polícia Militar do Pará e não a Força Nacional de Segurança (FNS), como queria o governo federal, quem vai reforçar o policiamento na região onde no último sábado integrantes do MST e seguranças da fazenda Castanhais, do complexo Espírito Santo, travaram confronto armado que resultou em oito feridos. Por ordem da governadora Ana Júlia Carepa (PT), os 50 soldados que o Ministério da Justiça mandou para Belém com a missão de se deslocar até a cidade de Xinguara ficarão na capital, substituindo policiais que irão para o sul do Pará.

O chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, informou que 25 homens da Força Nacional desembarcariam ontem na Base Aérea de Belém, enquanto outros 25 chegarão amanhã. Os PMs darão apoio aos 35 homens – 25 militares e dez policiais civis que já se encontram na região do conflito –, durante a operação para desarmar os sem-terra e os fazendeiros. A governadora tomou a decisão por temer que a presença da Força Nacional em Xinguara pudesse ser entendida como uma intervenção federal no estado.

Ontem, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), protocolou pedido de intervenção federal no Pará para que sejam cumpridos 111 pedidos de reintegração de posse.