Planam repetiu esquema em outras cidades

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Curitiba – O empresário controlador do grupo Planam, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, que confessou comandar um esquema de licitações fraudulentas para venda de ambulâncias, usou em outros municípios do Paraná o mesmo esquema que foi descoberto em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Em São João do Triunfo, cidade de 12 mil habitantes na região Sul do estado, a empresa Santa Maria Comércio e Representação, de propriedade do empresário, participou e venceu duas licitações, nos anos de 2001 e 2002. Na primeira, negociou um ônibus, modelo 1995, que se transformou em odontomóvel. Recebeu pelo veículo R$ 48,4 mil. No ano seguinte, por R$ 75 mil, vendeu uma ambulância.

Nesse segundo processo, participou como concorrente outra empresa que pertence a Vedoin: a Vedovel, com sede em Curitiba. A empressa, que também participou de licitação em Piraquara, apresentou endereço falso, como mostrou a edição de ontem da Gazeta do Povo. A sede da Vedovel, conforme consta no seu registro na Junta Comercial, seria na R. Cadete, número 61, no bairro Boqueirão, mas nesse local existem apenas casebres de madeira, habitados pela mesma família há 20 anos.

Ontem, a prefeitura de São João do Triunfo encaminhou denúncia para o Ministério Público e para Tribunal de Contas da União. O ex-prefeito Olisses Bacil, que assina toda a documentação do processo de compra, foi procurado pela reportagem, mas na casa dele um sobrinho disse que o ex-prefeito estava na zona rural. Os dois números de celulares estavam fora de área. O filho de Bacil, Emerson, negou qualquer participação do pai em esquemas fraudulentos. "Ele não tinha conhecimento de nada", disse. "Foi feita a licitação normal, sem favorecimento nenhum", acrescentou. Um dos responsáveis pela comissão de licitações, o funcionário Romildo Dzázio, não soube dizer como não notou que duas empresas do mesmo proprietário apareciam como concorrentes no processo de compra. "Não verifiquei. Não lembro disso. Já faz tempo", alegou. Os recursos para a compra dos dois veículos partiram de convênios com o Ministério da Saúde, intermediados por emendas parlamentares apresentadas pelo deputado federal Íris Simões (PTB-PR). Desde a semana passada a reportagem da Gazeta do Povo tenta contato com o deputado para que explique a situação, mas ele não é localizado e nem retorna os insistentes telefonemas.