• Carregando...

Brasília - O Ministério da Saúde decidiu reforçar, em 2009, a política de investimento maciço em ações de planejamento familiar. Entre os carros-chefes da ofensiva, estarão a compra de 1,2 bilhão de camisinhas, um recorde em todo o mundo, e a distribuição da maior parte do estoque de 458 mil pílulas do dia seguinte, iniciada em dezembro. Também são previstas novas licitações para a compra de anticoncepcionais injetáveis e pílulas convencionais — só no ano passado, foram distribuídas 50 milhões de cartelas.

Entre os formuladores da política de saúde do governo predomina o discurso de que o aumento do uso de contraceptivos é sinônimo de desenvolvimento. Segundo a última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, divulgada em julho passado, a porcentagem das mulheres que tomam pílula (22,1%) ultrapassou, pela primeira vez, a procura pela laqueadura de trompas (21,8%). Para o diretor de Ações Estratégicas do ministério, Adison França, o resultado é animador. "Há dez anos, o método predominante era, de longe, a esterilização das mulheres. Isso mostra que a sociedade brasileira está avançando."

Também relacionada à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, a compra de camisinhas representa o triplo das 406 milhões de unidades distribuídas no ano passado. Se o novo estoque fosse dividido igualmente entre todos os brasileiros entre 15 e 70 anos, segundo o último Censo do IBGE, cada um receberia 22 preservativos no ano. A coordenadora do Programa Nacional de DST/Aids, Mariângela Simão, lembra que 96% dos brasileiros sabem que a camisinha é fundamental para evitar a transmissão da doença. "Além disso, 40% dos homens que não usam preservativo numa relação não o fazem porque não dispõem dele na hora. O papel do governo é justamente de facilitar o acesso", diz.

Além de aumentar as compras, o governo inaugurou, em 2008, a primeira fábrica estatal de camisinhas, em Xapuri (AC). O primeiro lote, de 1milhão de unidades, foi entregue no último dia 18.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]