O titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, disse que o plano para a educação em gestão na pasta tem o objetivo de “sacudir a mediocridade”.
O projeto elaborado pela secretaria defende mudanças para a formação de professores e diretores da rede pública, na forma como o ensino é repassado em sala de aula -hoje baseado num “enciclopedismo raso e informativo”- e no uso mais qualificado de tecnologia na rotina da escola.
O ministro participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (29), por cerca de 50 minutos. Mangabeira indicou o que o seu ministério está fazendo para pôr em prática o lema do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, Pátria Educadora.
Unger minimizou, no entanto, divergências com o Ministério da Educação: “O MEC está desde o início na construção do projeto e é quem terá a responsabilidade de executá-lo. Agora, quem está liderando a discussão em debate é a Presidência da República. Esse é um projeto nacional”.
Para o ministro de Assuntos Estratégicos, o ensino hoje segue um modelo “vidrado em decoreba e fixado na enciclopédia”. Assim, é preciso enxugar o conteúdo dado em sala de aula e dar maior foco a “competências analíticas”.
“O palco para a aquisição das competências analíticas é o aprofundamento seletivo. O conteúdo é muito menos importante, o que vale é que ele seja abordado com profundidade”, afirmou.
Para colocar em prática as ideias, Unger defende uma cooperação maior entre Estados, municípios e União. “Não é uma intervenção federal que seria desejada, o que é desejável é que os três níveis da federação se juntem em ações compartilhadas”, argumentou.
O ministro ainda defendeu qualificação de diretores e maior ênfase na formação inicial dos professores. Ele indicou ainda ser favorável a um piso salarial que “respeitasse diferenças regionais dentro do país”. “Não há solução mágica, não há bala de prata”, concluiu.
O plano desenvolvido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos prevê um programa de apoio a redes de ensino e escolas públicas com problemas de qualidade. No limite, a ideia é que diretor de colégio possa ser afastado.
“Os diretores de escolas com desempenho insatisfatório receberiam apoio e orientação. Em último caso, seriam afastados e substituídos”, afirma o texto da nova proposta.
Em geral, não há hoje nas redes públicas mecanismos que afastem professores ou diretores com baixo desempenho.
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