• Carregando...
Infográfico: Planos de saúde são obrigados a oferecer cirurgias de redução de estômago |
Infográfico: Planos de saúde são obrigados a oferecer cirurgias de redução de estômago| Foto:

Operação

SUS também deve incluir procedimento

Como a determinação de que os planos de saúde devem arcar com os 69 procedimentos médicos partiu do governo federal, por meio da Agência Nacional da Saúde, a tendência é de que o Sistema Único de Saúde (SUS) também comece a cobrir parte das novas cirurgias – inclusive a operação de redução de estômago por videolaparoscopia. "A tendência é de que o sistema público acabe acatando parte dessas determinações, cobrindo assim a cirurgia bariátrica por vídeo. Esperamos que isso ocorra ainda este ano", afirma a cirurgiã do Hospital das Clínicas de Curitiba, Solange Cravo Bettini. Porém, o Ministério da Saúde ainda não se posicionou sobre o assunto.

Independentemente dessa indefinição, o gerente de Atenção à Saúde da Unimed no Paraná, Marlus Volney de Morais, espera que ocorra um aumento da demanda por videolaparoscopia em todo o estado. "As pessoas tendem a procurar mais a operação por vídeo. Mas é muito importante que o profissional tenha habilidade para realizar esse procedimento. A cirurgia videolaparocópica depende e muito da experiência do cirurgião e caberá a cada médico determinar qual técnica cirúrgica será utilizada", ressalta.

Desde 1.º de janeiro está em vigor a nova lista dos 69 novos procedimentos que devem ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde contratados a partir de 1999. A principal novidade é a inclusão de 41 tipos de cirurgia por vídeo. A bariátrica (redução de estômago) por videolaparoscopia é a que deve ter a maior procura. Segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), este foi o procedimento mais solicitado em consulta pública realizada no ano passado, com aproximadamente 2 mil assinaturas.

Segundo a Sociedade Bra­sileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o número de operações de redução do estômago no Brasil cresceu 275% até 2010 em comparação com 2003, quando teve início os primeiros registros desta técnica no país, com 16 mil operações feitas naquele ano. Em 2010, foram feitas 60 mil cirurgias bariátrica, das quais 35% por vídeo. A estimativa da entidade é que pelo menos 45 mil dessas operações tenham sido feitas nos estados do Sul e Sudeste.

De acordo com a sociedade, um em cada sete brasileiros é obeso. As causas mais comuns estão ligadas a problemas glandulares, falta de exercícios físicos regulares, fatores genéticos e hábitos alimentares considerados não saudáveis.

Os planos de saúde já eram obrigados a cobrir a cirurgia bariátrica convencional, em que os médicos fazem um corte de aproximadamente 20 centímetros no abdôme do paciente. Nessa técnica, o tempo de recuperação varia de 30 a 60 dias. "Com os planos de saúde tendo que cobrir a videolaparoscopia, a tendência é de que os pacientes optem pela cirurgia por vídeo. Entre as vantagens está o tempo menor de recuperação. A pessoa pode retornar ao trabalho em 15 dias. Outro ponto importante é baixa taxa de hérnia no pós-operatório, que fica perto de zero por cento", afirma o diretor da SBCBM no Paraná, João Cae­tano Marchesini.

Alto custo

O único porém é o valor do procedimento, que custa em mé­dia de R$ 15 mil a R$ 25 mil. Já a cirurgia "normal" gira entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. "O custo da operação em si é maior, mas o tempo de internação no hospital é menor, por exemplo. Além disso, o pa­­ciente sofre menos dores", explica Marchesini, citando outros benefícios. Todos os tipos de cirurgia bariátrica podem ser feitos pela técnica cirúrgica menos invasiva, em que os médicos fazem pequenos cortes de 0,5 a 1,2 centímetro para passar os equipamentos cirúrgicos e a câmera de vídeo. "Teori­ca­mente todos que devem passar por esse procedimento podem optar pela técnica menos invasiva. Desde que o profissional tenha habilidade para esse procedimento", alerta a cirurgiã bariátrica do Hospital das Clínicas de Curitiba, Solange Cravo Bettini.

Em princípio não haverá reajuste das mensalidades devido aos novos procedimentos. A ANS informa que irá monitorar se os planos de saúde tendem a elevar a tarifa. Caso isso ocorra, o custo adicional só pode ser incluído a partir do próximo ano.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]