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Foto do repórter fotográfico Rodolfo Bührer mostra em quais mãos (ou pés) está o destino do Atlético nesta quarta-feira | Rodolfo Bührer / Gazeta do Povo
Foto do repórter fotográfico Rodolfo Bührer mostra em quais mãos (ou pés) está o destino do Atlético nesta quarta-feira| Foto: Rodolfo Bührer / Gazeta do Povo

Brasília – Dez dos 30 membros do Congresso Nacional que receberam doações legais de planos de saúde nas últimas eleições são paranaenses. Os dados fazem parte de uma pesquisa divulgada ontem pelo Centro Brasileiro de Estudos da Saúde. O parlamentar que mais teve ajuda do segmento (R$ 400 mil) também é do Paraná – o senador Alvaro Dias (PSDB).

Com base no estudo, o jornal Folha de S. Paulo fez uma análise que aponta um crescimento de 757% nos investimentos das entidades do setor nas campanhas eleitorais do ano passado, em relação às de 2002. Contando todos os candidatos beneficiados, eleitos e não-eleitos, a quantia passou de R$ 839 mil para R$ 7,2 milhões. A Unimed do Paraná é o terceiro plano que mais fez doações no Brasil, totalizando R$ 650 mil.

Todos os repasses estão dentro da lei. Por outro lado, há vários projetos de interesse das empresas em tramitação no Congresso, o que pode gerar dúvidas sobre a relação com os parlamentares. Discute-se atualmente, por exemplo, a limitação da cobertura dos atendimentos, o reembolso de médicos não-conveniados e a abertura de licitação para atendimento de funcionários de órgãos governamentais, como ministérios e autarquias federais.

As comissões permanentes com mais influência nesse tipo de projeto são a de Defesa do Consumidor e a de Seguridade Social e Família. Entre os paranaenses que receberam doações, Barbosa Neto (PDT) e Max Rosenmann (PMDB) fazem parte da primeira e Alceni Guerra (DEM) da segunda.

"Eu trabalho tanto pela saúde, que às vezes até me confundem com um médico. Recebi dinheiro do setor e não tenho motivo para não me orgulhar disso", afirma o deputado federal Max Rosenmann (PMDB). Integrante da CPI dos Planos de Saúde, encerrada em 2003, ele recebeu R$ 5 mil da Clinihauer.

Já Barbosa Neto ganhou R$ 40 mil da Unimed do Paraná. No mês passado, ele foi relator de um projeto de lei que altera a legislação dos planos. No parecer, ele incluiu a obrigatoriedade da divulgação de dados da Agência Nacional de Saúde Complementar e órgãos de defesa do consumidor nos contratos feitos pelos planos.

"Não há nada que desabone minha conduta. Não é pela doação que vou perder minha independência e esse meu parecer prova isso", diz o pedetista. A Unimed do Paraná foi o maior doador individual da campanha do deputado, que arrecadou R$ 181.476,00.

Segundo Barbosa Neto, a doação foi intermediada pelo Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). A Unimed, que é uma cooperativa de médicos, faz parte da entidade. O deputado Gustavo Fruet (PSDB) também recebeu R$ 50 mil e disse que o seu caso é o mesmo.

Ele critica o atual sistema de financiamento de campanhas. "Por mais que exista transparência, sempre pode haver desconfiança quando tivermos que votar temas relacionados à saúde", afirmou. A diretoria da Ocepar e da Unimed foram procuradas comentar as doações, mas os diretores das duas entidades não foram encontrados pelas assessorias de imprensa de ambas. O mesmo ocorreu com Alvaro Dias, que está licenciado do cargo e retorna ao Senado em agosto.

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