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O botânico curitibano Gertd Hatschbach, que fez 82 mil coletas, mostra resultado da digitalização | Joel Rocha/SMCS/Prefeitura de Curitiba
O botânico curitibano Gertd Hatschbach, que fez 82 mil coletas, mostra resultado da digitalização| Foto: Joel Rocha/SMCS/Prefeitura de Curitiba

A digitalização de 2.160 plantas do Museu Botânico de Curitiba facilitará o trabalho de 400 pesquisadores do mundo todo que anualmente precisam vir até a cidade para identificar espécies vegetais. O acervo é o mais importante do herbário porque conta com plantas originárias, as chamadas typus na linguagem científica, que são consultadas para descrever novos exemplares descobertos.

Além de evitar o deslocamento, a digitalização vai garantir maior preservação das plantas, já que elas não precisarão ser manipuladas, explica a bióloga responsável pelo projeto, Simone Massakuetto. "Dá pra ver detalhes mínimos co­­mo textura, cores e outros que po­­dem passar despercebidos mesmo quando se está com a planta nas mãos", diz. As imagens das plantas, em alta resolução e ampliadas (com tamanho 2 mil vezes maior), ficarão disponíveis na internet (no site www.alluka.com) para serem consultadas pelos pesquisadores.

O museu tem o quarto maior acervo botânico do Brasil e mantém programa de permuta de material por meio de intercâmbios com 207 instituições: 53 brasileiras e 154 internacionais.

Além da digitalização das plantas, o trabalho inclui a criação de um banco de dados com códigos de barras que facilitam a pesquisa do acervo. Por semana, entre 20 e 30 typus são escaneados. O tempo de digitalização é de 15 minutos e o controle de imagem, que verifica a perfeição dos detalhes, é feito a cada cinco plantas reproduzidas para o computador.

A digitalização é feita com o equipamento herbscan, um scanner de plantas desenvolvido especialmente para a área botânica e doado por ONGs internacionais que pretendem garantir a digitalização de plantas originárias dos grandes herbários da América Latina. Além do museu curitibano, outras duas instituições possuem o equipamento: o Instituto Botânico de São Paulo e o herbário do Museu de História Natural do Rio de Janeiro.

Aniversário

O trabalho marca o aniversário de 45 anos do museu, fundado a partir da coleção particular do botânico curitibano Gertd Hatschbach, que, com 82 mil coletas feitas ao longo de seus 86 anos, é considerado o terceiro maior botânico do mundo em número de coletas. A instituição abriga ainda 350 mil exsicatas (amostras de plantas secas e fixadas em cartolina), uma coleção de amostras de madeira (xiloteca) e outra de frutos (carpoteca). Muitas das espécies do herbário são raridades ou extintas na natureza e estima-se que entre 95% e 98% das espécies do Paraná estejam depositadas no herbário.

Além do número expressivo de coletas feitas no estado, o acervo possui espécies de várias regiões brasileiras devido às constantes viagens dos pesquisadores que incrementam o acervo em cerca de 15 mil novos exemplares por ano.

Serviço: O Museu Botânico funciona anexo ao Jardim Botânico e conta com salão de exposições temporárias, auditório, exposição permanente, atividades de educação ambiental, herbário e biblioteca. O atendimento ao público é de segunda a sexta-feira, das 8 às 11h30 e das 13 às 17 horas.

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