Jair e Tereza, filho e viúva do aposentado: dor e revolta após ação policial| Foto: Otavio Rossi/Gazeta do Povo

A morte do aposentado Martin Rodrigues da Silva, de 58 anos, no sábado, revoltou a população de Paiçandu, região metropolitana de Maringá. De acordo com o sargento Gilberto Felipe, Martin morreu baleado no peito após ter atacado dois policiais militares. Os moradores reagiram apedrejando um carro da PM. Foi necessário reforço policial para que o IML retirasse o corpo.

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Segundo a viúva do aposentado, Tereza Militão da Silva, de 68 anos, Martin tomava remédio de uso controlado há 14 anos e ficava transtornado sem o medicamento. Moradores do bairro teriam chamado a PM porque ele teria ameaçado a mulher com um facão, mas a família não confirma a informação.

Com a chegada dos policiais, Martin teria ficado ainda mais nervoso. "O aposentado desferiu um golpe de facão no braço de um deles", conta o sargento. "Diante da resistência do homem, que continuava ameaçando os policiais, eles atiraram em seu peito." Martin morreu na frente de casa.

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Segundo testemunhas, cerca de 100 moradores encurralaram os policiais e depredaram o carro, jogando pedras e paus. Os soldados fugiram no carro de reportagem de um programa policial. Chamados para reforçar a segurança, 30 PMs de Maringá, em oito carros e oito motos, usaram bombas de efeito moral contra a população, mas ninguém se feriu.

"Quero que seja feita justiça", disse o filho do aposentado, Jair Militão da Silva, 29. De acordo com Felipe, a PM abriu inquérito para averiguar se houve excessos. Um processo também tramitará na vara criminal. A PM não divulgou o nome dos policiais envolvidos. Um deles, já afastado, será encaminhado para Curitiba.