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O delegado Rodrigo Brown de Oliveira dá detalhes sobre a prisão da quadrilha |
O delegado Rodrigo Brown de Oliveira dá detalhes sobre a prisão da quadrilha| Foto:
  • Grupo foi apresentado nesta segunda-feira, em Curitiba

Um policial militar, detido na madrugada de sábado (1º), em Palmeira, nos Campos Gerais, é acusado dar cobertura a um grupo criminoso especializado em furtar caixas eletrônicos. De acordo com as investigações, Jucelio Viante Rain, de 36 anos, era responsável por receber as chamadas do serviço 190 e acionar as equipes da Polícia Militar (PM) para atender as ocorrências. Mas quando as denúncias eram sobre as ações da quadrilha, ele barrava as informações. Um policial civil e um PM aposentados também são acusados de fazer parte do esquema.

"O PM apontava o horário em que haveria menos policiamento nas ruas, definindo qual era o melhor horário para que os arrombamentos fossem feitos", explicou o delegado Rodrigo Brown de Oliveira. Os detalhes sobre a atuação da quadrilha foram divulgados nesta segunda-feira (4) pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) e pela PM.

Segundo a polícia, na madrugada em que o grupo foi preso, várias ligações foram feitas à PM, informando que uma agência do Banco do Brasil estava sendo arrombada. Entretanto, Rain não teria repassado as informações às viaturas da corporação para coibir o crime. Além disso, ele avisava os comparsas sobre as denúncias: três jovens que ligaram para o 190 informando sobre o arrombamento foram detidos pelo grupo e mantidos como reféns.

Funções definidas

Para o delegado, a quadrilha é uma amostra do grau de especialização do crime organizado. Segundo Brown de Oliveira, cada integrante tinha funções definidas. Dois policiais aposentados – Godofredo Rios Neto, de 46 anos, e Dirceu Abreu Saenz, de 55 anos – eram responsáveis por fazer a "segurança" do grupo do lado de fora das agências, durante os arrombamentos.

Dois dos integrantes do grupo eram responsáveis por isolar os sistemas de alarme, câmeras de segurança e sensores do incêndio. Após a anulação dos dispositivos, outros dois entravam na agência e, usando maçaricos e outras ferramentas, "cortavam" os caixas eletrônicos. Os outros acusados tinham a função de carregar e preparar as ferramentas, fazer o levantamento prévio dos bancos e planejar as fugas. "Eles não demoravam mais que oito minutos para ‘picotar’ cada caixa", aponta o delegado.

As investigações apontam que a quadrilha contava com integrantes do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Além de agir em Curitiba, região metropolitana e interior, eles teriam agido em estados do Nordeste e Sudeste, segundo a polícia. "Os cabeças são de Santa Catarina e cooptavam integrantes nos estados onde pretendiam atuar. As reuniões do grupo se davam na casa de Dirceu [Saenz]", contou Brown de Oliveira.

Os outros presos foram identificados como Kaio Alexandre Dias Vogel, de 22 anos, Deiwis Élson José Dias, de 32 anos, Brunno José Luiz, de 22 anos, Jamil Gabardo de Castilho, de 45 anos, Edilson Kalfels Padinlha, de 26 anos, Francilene Souza de Aquino, de 24 anos, Diego Santos de Oliveira, de 26 anos, e Rodrigo Lopes Gonçalves, de 28 anos.

Prisão

Após investigações e informações repassadas por um informante, a DFR e a PM realizaram uma operação para prender o grupo. Os policiais surpreenderam os acusados, no instante em que eles tentavam arrombar caixas-eletrônicos de uma agência do Banco do Brasil. Segundo Brown de Oliveira, houve um intenso tiroteio e três acusados foram baleados, mas não correm risco de morrer. Foram apreendidos na ação maçaricos, quatro armas de fogo, cinco veículos (entre eles, um roubado) e celulares.

De acordo com a polícia, o grupo é responsável por pelo menos sete arrombamentos ocorridos no Paraná neste ano (seis em Curitiba e um, em Palmeira).

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