
Após pedidos dos moradores do bairro Guabirotuba, em Curitiba, cerca de 70 policiais militares realizaram uma operação na tarde deste domingo (14) na Praça Abílio de Abreu, conhecida como "Praça do skate". Aos moldes das ações que já aconteceram na Praça da Colonização Menonitas, no Boqueirão; e no Parcão, atrás do Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico, os policiais chegaram ao local e realizaram dezenas de abordagens. Foram abordadas 527 pessoas, mas não foi encontrado nada ilegal na ação. A polícia informou que 91 veículos foram abordados, sendo dez recolhidos. Durante a operação, foram emitidos 72 autos de infração de trânsito.
Segundo a Polícia Militar (PM), a população do Guabirotuba pede constantemente a realização de ações na área para reprimir perturbação do sossego e uso de drogas. Alguns moradores de região reclamam no lixo que fica na praça, resíduo do que acontece durante os domingos.
Na primeira parte da tarde, por volta das 14h, foram abordadas 150 pessoas e ninguém foi detido. No final da tarde, a PM voltou a Praça para mais uma série de abordagens. A imprensa acompanhou esta parte da operação. "A PM está aqui (na Praça) para que as pessoas possam usar a praça em segurança", afirma o comandante da 2ª Companhia, do 20º Batalhão da PM, tenente Wagner de Araújo. Nesta fase da operação, foram abordadas mais 377 pessoas.
Na avaliação dele, há um consenso entre os frequentadores das praças que não há muita fiscalização normalmente. Por isso, de acordo com Araújo, muita gente abusa, usando drogas, bebendo em excesso e perturbando o sossego. "Nós procuramos coibir, na medida do possível, sem cercear o direito de ir e vir dos cidadãos", explica.
Ação divide opiniões
Para os moradores da região e alguns frequentadores da praça, a ação foi positiva. Já quem foi abordado apenas por parecer "suspeito" criticou a operação. "Eu achei legal a ação. É importante para sabermos que nossos filhos podem vir para cá em segurança", disse o casal Ermínio e Carmem Borges. Os dois levaram seus filhos para passear no parque na tarde de ontem.
Alguns pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que fica em frente a praça, também gostaram da ação. O paciente Nelson Ivo, 69 anos, defende ações como essa com mais frequência. "É um abuso nos fins de semana aqui com droga e bebida", alerta.
Três jovens que foram abordados e preferiram não se identificar acusaram os policiais militares que participaram da operação de agirem com rispidez além da medida. "É bom ter mais policiais, mas a abordagem foi exagerada. Aqui só fica galera de boa, nunca tem problema. Agora eles vão embora e a ação não adiantou de nada", critica um deles.
PM pede compreensão
O tenente Araújo pediu para que a população tenha um pouco de compreensão com os policiais militares que realizam abordagens nas praças de Curitiba. Segundo ele, nem sempre é possível separar quem é cidadão de bem da pessoa má intencionada. Araújo aconselha a população a não negar ser abordada ou questionar o policial no momento da ação. "É para segurança de quem está sendo abordado e para segurança do policial militar", afirma.



