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Uma das pistas da BR-376 permanece interditada: tráfego foi liberado ontem em outra pista e viagem de Curitiba a Joinville pode durar de 4 a 6 horas | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Uma das pistas da BR-376 permanece interditada: tráfego foi liberado ontem em outra pista e viagem de Curitiba a Joinville pode durar de 4 a 6 horas| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

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- Prefeitura de Curitiba – Avenida Cândido de Abreu, 817 - Centro Cívico

- Fundação de Ação Social (FAS) - Rua Eduardo Sprada, 4.520 - Campo Comprido

- Pontos de arrecadação de donativos: supermercados da Rede Big, Mercadorama, Wall Mart, Condor, Muffato e Festval.

Infraestrutura

Conserto de pontes danificadas na BR-277 levará 180 dias

Juliana Gonçalves,especial para a Gazeta do Povo

A solução oferecida pelo governo federal para resolver a interrupção causada pelas chuvas na PR-408 não é opção para restabelecer o tráfego na BR-277. O Exército disponibilizou apenas uma ponte metálica para as estradas danificadas no Paraná. De acordo com a concessionária Ecovia, que administra a BR-277, a opção pela PR-408 foi feita pelo Exército, com base em avaliações de prioridades e das condições do local a ser instalada a ponte.

O problema na BR-277 deve demorar um pouco mais para ser resolvido. A Ecovia prevê que todos os danos causados pelas chuvas sejam resolvidos dentro de 180 dias. As duas pontes que desabaram, nos quilômetros 18 e 24, serão reconstruídas pela concessionária com estruturas metálicas provisórias.

Enquanto isso, o tráfego continua sendo feito em duas mãos pela pista do sentido Curitiba. A partir do início da tarde de hoje, o tráfego no quilômetro 26, que até então era feito com um veículo passando por vez, passa a ser feito em mão dupla. Ontem, o tráfego na rodovia ainda era feito no sistema "pare e siga", alternando uma hora de liberação para cada sentido. O percurso entre Curitiba e litoral era feito em 3 horas, em média. Os caminhões seguiam em comboio.

A BR-376, que estava interditada desde segunda-feira em função da queda de barreiras, foi liberada com restrições na noite de terça-feira. A direção do tráfego é alterada a cada duas horas, segundo a concessionária Autopista Litoral Sul. A previsão da PRF é de que o trajeto entre Curitiba e Joinville leve entre 4 e 6 horas para ser percorrido.

  • Moradores de área de risco em Antonina, umadas cidades mais atingidas pelas chuvas no Paraná, foram impedidos de voltar para suas casas por policiais militares

Para evitar saques em Antonina, onde 665 moradores tiveram de deixar suas casas em área de risco, a Polícia Militar (PM) triplicou o número de policiais na cidade. O efetivo passou de 18 para 58 policiais e foi reforçado nos bairros Graciosa e Portinho, onde os moradores deixaram suas casas. Segundo o major da PM Nivaldo Marcelus da Silva, houve um flagrante de roubo no bairro Caixa d’Água, um registro de furto de eletrodoméstico no Graciosa e a detenção de um foragido.

O policiamento está concentrado também nos abrigos e nos pontos de arrecadação de donativos para evitar furtos ou desvios. Seis viaturas e duas motocicletas da PM fazem a escolta dos caminhões da Defesa Civil quando necessário. De acordo com o ma­­jor, muitos policiais que estão em Antonina são do efetivo que trabalhava na Operação Verão. O reforço deve ser mantido até o dia 31 de março.

No final da tarde de ontem, 25 policiais fizeram uma operação nos dois bairros para retirar moradores que insistiam em permanecer em casa ou que voltaram para buscar pertences. O Centro de Apoio Cien­tífico em Desastres da Universidade Federal do Paraná detectou que os bairros estão em uma área de risco. Proibidos de entrar nessas áreas com automóveis, os moradores eram retirados da região em um ônibus.

Grande parte dos moradores está em casa de parentes ou abrigados na Escola Municipal Gil Feres, onde há 160 pessoas. O restante, um total de 300 pessoas, está abrigado na Escola Municipal Moisés Lupion e em uma igreja batista. A maioria não ofereceu resistência para deixar o local, mas moradores como Neli Meira não acreditam que a área ofereça perigo. "Moramos aqui a vida inteira. Falam que tem uma fenda no morro, mas a gente não consegue ver. A prefeitura poderia se reunir com os moradores e explicar o que está acontecendo", disse ela.

Valmir Godoy, morador do bairro Graciosa, subiu os morros junto com outros 15 moradores, que também duvidam do perigo. "Aqui não caiu nenhuma árvore e não entrou água nas casas", afirmou Godoy, que também teme saques. "Temos medo que os malandros se aproveitem. Também não acho necessário que venha polícia aqui para tirar a gente. Não somos bandidos."

Na manhã de ontem não havia água nos bairros Saivá, Caixa D´Água, Barigui e Quilômetro 4. O abastecimento foi restabelecido nos outros bairros, mas interrompido às 14 horas, já que o consumo foi muito alto. Houve também o rompimento de encanamentos, o que impossibilitou a volta da água.

O secretário de saúde de Antonina, José Paulo Vieira Azim, pretende em breve disponibilizar vacina contra tétano e hepatite para os moradores que tiveram contato com as águas da chuva e que se feriram tentando retirar pertences de casa.

De acordo com a Defesa Civil, Antonina tem 300 pessoas em abrigos e pelo menos 7,1 mil foram atingidas de alguma forma. A Defesa Civil, no entanto, não soube especificar quantas destas pessoas tiveram de deixar suas casas ou se estão em casas de parentes em amigos.

Morretes

De acordo com o capitão do Corpo de Bombeiros Fabrício Frazatto, que coordena as ações em Morretes, áreas rurais como Sambaqui, Martha, Arrastão e Floresta, onde vivem mais de 100 pessoas, estão sem água encanada. Um caminhão-pipa da Sanepar faz o abastecimento na região. Nessas áreas também não há energia elétrica. No restante das regiões o abastecimento está normalizado. A Defesa Civil do município informou que 170 cestas básicas serão entregues para os moradores do bairro Rocio, área urbana mais atingida pela chuva. Pelo menos 145 pessoas permanecem em abrigos da cidade e cerca de 9,1 mil foram atingidas.

Estado tem quatro mortes e mais de 500 em abrigos improvisados

Quase uma semana após a chuva forte que castigou o litoral e o interior do Paraná, o último boletim divulgado pela Defesa Civil do Estado contabiliza quatro mortes, 221 feridos e 581 pessoas morando em abrigos. No total, 30.968 pessoas foram afetadas e 16.862 estão fora de casa, contabilizados os que estão em abrigos públicos e na casa de parentes. Duas cidades, Mor­­retes e Antonina, declararam estado de calamidade pública, e Guara­tuba, Paranaguá e Honório Serpa, no Sudoeste do estado, decretaram situação de emergência. Além disso, Mangueirinha, São José dos Pinhais e Rio Azul também foram afetadas. Até o final da tarde de ontem, a Defesa Civil do Estado já havia contabilizado 2,4 mil moradores afetados nessas cidades.

Mais chuva

Uma nova frente fria, que está se deslocando do Sul, deve chegar amanhã ao Paraná trazendo mais chuvas. Segundo o Instituto Tec­nológico Simepar, a aproximação da frente fria causa um aquecimento muito rápido, o que ocasiona fortes pancadas de chuva. O litoral do estado deve ser novamente afetado por esta frente fria.

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