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Batalhão de Choque força desocupação da área: quatro pessoas ficaram feridas | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Batalhão de Choque força desocupação da área: quatro pessoas ficaram feridas| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A PM usou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantes

A Polícia Militar (PM) derrubou, à força, por volta das 9h20 desta quinta-feira (23), uma barreira que havia sido montada pelas famílias de sem-teto que ocupam um terreno particular no bairro da Fazendinha, em Curitiba, durante o cumprimento de reintegração de posse na área. Os policiais atiraram bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantes, que bloquearam a entrada do terreno por volta das 5h30 com pneus em chamas. Cerca de 1,5 mil famílias viviam na invasão, iniciada em 6 de setembro.

Não chegou a haver confronto direto. Os moradores da ocupação começaram a se dispersar, correndo para ruas próximas do terreno logo que os policiais iniciaram a entrada na área invadida. Após algum tempo, algumas famílias retornaram ao terreno e começaram a retirar móveis e eletrodomésticos e a desmontar as barracas para reaproveitar a madeira. A polícia, até pouco antes das 11h, apenas fiscalizava, sem participar da desmontagem das moradias.

De acordo com a PM, pelo menos quatro pessoas ficaram feridas, queimadas ou atingidas por balas de borracha, entre elas um cinegrafista de televisão e uma criança de oito anos, que sofreu uma queimadura na perna. Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estiveram no local para o socorro. O menino foi levado para o Hospital Evangélico, onde recebeu atendimento. Ele teve alta por volta da hora do almoço. A criança foi levada ao hospital junto com uma mulher, de 38 anos, que levou um tiro de bala de borracha no tornozelo. A mulher também já recebeu alta do hospital.

Na invasão, uma pessoa foi presa por porte ilegal de arma de fogo. Ao todo, cerca de 800 policiais estão no local participando da ação de desocupação. Técnicos da Companhia Paranaense de Energia (Copel) também estão no terreno, onde desfazem as ligações irregulares de energia elétrica.

Barreira

A barreira montada pelos sem-teto fechava toda a entrada do terreno pelas ruas João Dembinski e Mário José Zancanaro. Mulheres e crianças ficaram parados logo em frente ao bloqueio. Moradores da ocupação afirmam que iniciaram a montagem das barreiras porque perto das 5h duas viaturas da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam) teriam passado pelo local.

O bloqueio foi mantido mesmo após a chegada da polícia, perto das 7h30. Um caminhão do Corpo de Bombeiros iniciou o combate ao fogo por volta das 9h20, quando, em ação conjunta, policiais do Batalhão de Choque e da Cavalaria da PM iniciaram a invasão para a retirada dos manifestantes. Em pouco tempo as chamas foram controladas.

Invasão

No dia 6 de setembro, cerca de 600 famílias ocuparam e montaram barracas no terreno, pertencente à Varuna Empreendimentos Imobiliários. Dez dias depois, a invasão já contava com aproximadamente 1,5 mil famílias, ou cerca de 6 mil pessoas. O local também ganhou ligações irregulares de energia elétrica, pequenas casas de madeira e até um escritório de advocacia.

A Varuna conseguiu, no dia 15 de setembro, uma ordem de reintegração de posse da área de aproximadamente 170 mil metros quadrados. A juíza Julia Maria Tesseroli determinou um prazo de cinco dias para que todos os acampados se retirassem voluntariamente do terreno, mas a ordem não foi cumprida. Com isso, a Justiça deu ordem para reintegração de posse.

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